Marcha pela Vida
Participei ontem, apesar do frio glacial, com a minha família, o meu amigo Simão, o correligionário Filipe, e lamentando a ausência do amigo Corcunda, na Marcha pela Vida. A Marcha foi muito concorrida, tendo partido da maternidade Alfredo da Costa e terminado na Fonte Luminosa onde houve várias intervenções difíceis de seguir devido às deficientes condições acústicas.
É sempre muito gratificante ver todas as famílias que participam com os seus filhos e netos, um autêntico hino à Vida. Isto é tanto mais precioso quanto vivemos num país em implosão demográfica, implosão essa que o governo procura a todo o transe acentuar ao tentar impor-nos a liberalização do infanticídio pré-natal, qual Herodes, travestida de despenalização do mesmo. A esta derrocada civilizacional chamam eles “eufemisticamente” progresso. É este o “progresso” dos progressistas. O mesmo “progresso” que levou à destruição da nossa agricultura, da nossa marinha mercante, da nossa frota pesqueira, do nosso ensino, do nosso ambiente, das nossas ex-colónias que usufruem hoje de níveis de vida “invejáveis”, e à alienação da nossa soberania para uma entidade externa, isto para não ser exaustivo. Voltando à questão do infanticídio pré-natal resta-nos esperar que esta marcha, bem como todo o trabalho notável que tem estado a ser desenvolvido a vários níveis (campanhas de sensibilização, blogs, debates etc…) surta o seu efeito, o que parece ser o caso tendo em conta o aparente desvairamento nas hostes infanticidas que, ao verem-se cada vez mais sem argumentação, desataram a apostrofar com os habitais epítetos do politicamente correcto dignos de um Vychinski (procurador público nos processos de Moscovo), todos os blogs que não alinham pelo mesmo diapasão. Tal conduta é reveladora do substrato totalitário dos mesmos e ajuda-nos a compreender a frase de Orwell que dizia muito justamente: “o totalitarismo é inseparável de uma pedagogia constante da suspeita e do ódio”. Dificilmente uma frase se poderia aplicar melhor aquilo que vivemos actualmente em Portugal.
13 Comentários:
forneço-lhe alguns dados para que analise bem: Anualmente ocorrem mais de 210 milhões de casos de gravidez. Destes, cerca de 46 milhões (22%) terminam com um aborto induzido e, de um modo geral, a grande maioria das mulheres com 45 anos, já tem pelo menos um antecedente, de interrupção voluntária da gravidez (Alan Guttmacher Institute, 1999). Quando há métodos anticoncepcionais eficazes disponíveis, e quando estes são largamente utilizados, o número total de abortos diminui drasticamente (Bongaarts e Westoff, 2000), mas o número zero de abortos nunca é atingido por diversas razões. Mesmo que todos os utilizadores de métodos contraceptivos os utilizassem sempre de forma perfeita, existiriam cerca de seis milhões de gravidezes acidentais todos os anos. Deste modo, mesmo com elevados índices de utilização de contraceptivos, podem ocorrer gravidezes indesejadas, que as mulheres podem tentar terminar através do aborto.
Sempre que o acesso aos serviços médicos para um aborto é restringido por lei, ou sempre que a lei permite o aborto mas os serviços são insuficientes ou de fraca qualidade, as mulheres com capacidade financeira conseguem adquirir serviços médicos competentes no sector privado. No entanto, muitas outras mulheres com gravidezes indesejadas sofrem um risco considerável ao recorrer ao aborto não assistido. São mulheres pobres, que vivem em regiões isoladas, ou que se encontram em situações vulneráveis (refugiadas ou mulheres deslocadas de suas casas), ou são adolescentes, em particular solteiras. Estas mulheres têm menos acesso à informação e aos serviços de saúde reprodutiva, são frequentemente muito vulneráveis à coerção e à violência sexuais, e podem adiar a decisão de fazer um aborto, tornando-se assim muito mais passíveis de recorrer a práticas de aborto não assistido e a pessoal não qualificado (Bott, 2001; Gardner e Blackburn, 1996; Mundigo e Indriso 1999). Em países onde as mulheres têm acesso a serviços seguros, a probabilidade de morrerem, em consequência de um aborto realizado através dos métodos modernos, não é maior que um para 100 000 (Alan Guttmacher Institute, 1999). Nos países em desenvolvimento, o risco de morte devido a complicações decorrentes de um aborto não assistido é várias centenas de vezes maior do que o risco de um aborto realizado por profissionais em condições seguras (Organização Mundial de Saúde, 1998). A disponibilização de serviços adequados para a execução atempada de abortos poupa muitas vidas de mulheres e evita os custos substanciais do tratamento de complicações evitáveis decorrentes de abortos não assistidos (Fortney, 1981; Tshibangu et al., 1984; Figa-Talamanca et al., 1986; Mpangile et al., 1999).
Fonte: Safe Abortion: Technical and Policy Guidance for Health Systems - Organização Mundial de Saúde
Contudo, e não ficando por aqui, gostava de dizer, que quem não quer abortar que não aborte, mas que dê aos outros opinião de escolha.
Quantas mais mulheres irão ser julgadas por irem abortar clandestinamente?
MENTALIZEM-SE DE QUE QUEM PRECISAR DE ABORTAR VAI FAZÊ-LO DE QUALQUER MANEIRA! E QUEM NÃO TEM DINHEIRO DEIXA OS FILHOS ÀS PORTAS DAS IGREJAS COMO TEM ACONTECIDO!
Mentalize-se Cátia! Os pedófilos gostam de fazer sexo com crianças e vão continuar a fazê-lo de qualquer maneira. Os que não têm dinheiro vão para a Tailândia e para a Madeira, enquanto que os que não têm dinheiro continuam sofrer repressão...
Já viu como o seu argumento é desprovido de sentido?
A única coisa que lhe posso dizer, Cátia é que nunca jamais em tempo e lugar algum a liberalização do infanticídio pré-natal diminuiu o nº de tais actos. Assassinar um inocente não é resolver problemas é virar a cara para o lado e estimular a irresponsabilidade sexual.
Não sou eu que o digo, meus caros, são especialistas, por certo mais dentro do assunto que os senhores. São os numeros, são os factos. Se nunca fariam ou consentiriam um aborto, respeito. Agora deixem a consciencia de cada um, com cada um.
"Existem 210 milhões de gravidezes, todos os anos, em todo o mundo. Mesmo que todos os envolvidos usassem na perfeição um metodo contraceptivo extremamente eficaz, existiriam, por ano, 6 milhões de gravidezes indesejadas." Pensem nisso, meus senhores. Com os melhores cumprimentos.
Corcunda, se o senhor se conforma com a pedófilia, se vive tranquilamente com isso, 'só porque existe e tem de ser' então entendo na perfeição a sua posição, a meu ver relaxada e por demais egoista.
O padre Mário explicava à TSF que votava SIM.
- Não sou juíz de consciência.
E justificava com os valores do Evangelho.
- Quando queremos que as questões morais sejam questões de lei geram-se situações de uma imensa crueldade.
Cátia, Cátia! Que falta de agudeza... Não percebeu que o problema é mesmo esse!
Porque é que se conforma com o Aborto e não com a Pedofilia?
E essa conversa do "eu não julgo ninguém!" é falaciosa e chão que deu uvas... Então não se julgam os pedófilos para gáudio do povaréu?!
A confusão que para aí vai...
Corcunda, para a Cátia há crimes penalizáveis e outros não, consoante a vontade do freguês cidadão. O povo escolhe o bem e o mal, como quem abre o guarda-fatos e escolhe a gravata que mais gosta.
Acho que vou criar um movimento pela despenalização do roubo de pão. Afinal, só quem o rouba é que sabe a fome que tem. Mesmo que não a dê como justificação, há que acreditar neles.
Quanto ao estado, que pague a intervenção abortiva e os meios materiais para esquematizar planos de assalto a fornos.
"Alí, a cinco minutos da fronteira, num país maioritariamente católico, há um clínica muito branca e limpa. A senhora da recepção já sabe falar português. Recebe centenas de portuguesas com um sorriso de calma. Depois das análises e ecografias cada mulher senta-se à frente de um psicólogo e conversa. Sobre os medos, as certezas, as razões. Não é uma formalidade. Quando lá estive e chorei ele disse-me que fosse embora, que pensasse, que existiam outras possibilidades. E deixou-me falar. Com tempo. Depois há uma médica que explica tudo, cada medicamento, cada procedimento, cada emergência, cada dor. Entre vestir a bata e acordar passam 7 ou 8 minutos. Deixam as mulheres descansar numa sala pequena, pouca luz. Aparecem as mães, os companheiros, as amigas, ou ninguém. São meninas assustadas, mulheres com aspecto de avó, senhoras finas e pobres. Depois da certeza que está tudo bem paga-se 350 euros. Incluí medicamentos para as dores e para que o útero volte rapidamente à normalidade. E um folheto com cada pormenor, números de telefone.
Algures perdido entre os prédios-todos-iguais da Portela de Sacavém há uma senhora que tem um consultório a fingir. É enorme e está vazio. Há quadros velhos de meninas e paisagem bucólicas. E silêncio, muito silêncio. A ecografia feita a evitar perguntas é entregue em troca de um envelope fechado. Notas, muitas notas. 6 semanas? 1250 euros. São as únicas palavras que ouço. Calce umas meias. Vai ter frio. Há uma máquina parecida com um aspirador Rainbow e prateleiras velhas. E um silêncio doloroso. Não tão doloroso como as dores e o frio 7 ou 8 minutos depois. Há muitos quartos mas acho que estão vazios. Há um chá antes de sair. Se tiver febre vá para o hospital. E compre este antibiótico. Lá fora vê-se a ponte Vasco da Gama. Com sorte não está a polícia. Não seria agradável passar os próximos cinco dias a sangrar na esquadra"
O Zé queria assaltar a padaria chique de um bairro de Cascais, mas como não tinham dinheiro para montar um plano adequado para ludibriar guardas e alarme de alta tecnologia, teve de se limitar à velha lojinha do pão do bairro de lata onde mora. Ali sim, havia liberdade para roubar. Por uma janela partida, um salto para dentro da loja e alguma audácia para sair sem ser visto pela polícia, lá consegui o seu saco de pão para matar a fome. E realmente seria desagradável passar os próximos cinco dias a comer carcaças às secas na esquadra mais próxima.
O que faz o estado? Obviamente que deve financiar os assaltos em Cascais.
Uma comparação ideal, sem duvida alguma Senhor. Até porque o Ladrão na maior parte das vezes fá-lo com o intuito deste não acabar duro, triste fim. Só por isso, claro.
ah, e também para o resto das carcaçinhas acabarem encaminhadas. Ou seja, tirando esta, as outras acabam por sair melhor e tal...
Se assim for a sua linha de pensamento, que se financiem os assaltos em cascais!
E já agora a pedofilia, que é um problema que "nunca" há-de acabar e assim as crianças teriam melhores condições de higiene! Francamente!
O que estava a tentar fazer entender é que o mal não deixa de o ser pela alteração do seu enquadramento legal e penal. O mesmo é com o aborto. E é ai que está a contradição da despenalização e consequente liberalização.
Cátia, perdoe-me, mas não está a ser séria. Esse sentimentalismo irracional já foi utilizado para sustentar os grandes crimes da humanidade...
Primeiro era a facilidade da prática de um crime que o deveria despenalizar! Quando vai haver crime à mesma não haveria que punir, era o seu argumento...
Vimos que não, no caso da pedofilia, em que acha que mesmo que tal exista facilidade no crime a despenalização não deve ser feita.
Agora é a questão de Saúde Pública... A pedofilia também serve aqui de comparação!
Porque é que não se despenaliza a pedofilia na Tailândia, onde para ganhar dinheiro, as crianças vendem o corpo em condições lúgubres, em ambientes não esterelizados, em camas imundas?
Assim se poderia evitar o sofrimento de pedófilos e crianças, sujeitos às dores e doenças de ambientes insalubres...
Em vez das cabaninhas podiam todos ir para o Hilton "malhar" em miúdos de 8 anos e até menos!
Tudo na maior higiene e saúde pública...
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