12.5.07

O abominável homem das pampas

Subindo anteontem a Av. Fontes Pereira de Melo deparei-me, ao passar no cruzamento com a R. Martens Ferrão, com um cartaz do ilustre membro da hagiografia do politicamente correcto, Che Guevara, no cinema Mundial. Nele estava escrito “Querido Che”. Para além das náuseas que a visão de semelhante personagem me causa interrogo-me: o que leva alguém a venerar um sinistro facínora fundador dos campos de “reeducação pelo trabalho” e cuja crueldade, arrogância, sadismo e desprezo pela vida humana, ficaram célebres na Cuba pós revolucionária? Será que esses imbecis que fizeram esse filme têm a noção de quem foi verdadeiramente Ernesto Guevara? Filho de “boas famílias” de Buenos Aires e tendo sido muito mimado pelos seus pais devido ao facto de sofrer de asma, rapidamente desenvolveu aquilo a que gosto de chamar o “espírito de Peter Pan”, isto é, o desejo de viver na “terra do nunca” onde o tempo não passa e somos sempre crianças o que mais não é do que uma fuga à responsabilidade. São estes os ingredientes para alguém se tornar socialista ou, mais genericamente, de esquerda. O Che declarava-se um grande admirador do Terror e dos massacres desencadeados pela Revolução francesa o que tentou imitar em Cuba com a ajuda do seu amigo Fidel. Há uma frase dele que vem citada no “Livro negro do comunismo” que me parece bem reveladora deste fascínio que ele tinha pelo “ódio eficaz que faz do homem uma eficaz, violenta, selectiva e fria máquina de matar”, ou ainda outra “não posso ser amigo de uma pessoa que não partilhe as minhas ideias”. Um belo exemplo da tolerância que o Simão refere no seu artigo da Alameda. Quanto tempo mais vamos ter de gramar com a figura repugnante desse paspalho de boina na cabeça e de olhar bovino que faz as delícias dos altermundialistas? Haja pachorra!

António Bastos

4 Comentários:

Blogger Alexandre Ferreira disse...

Caríssimo António Bastos,

Está melhor da náusea? Ou era metafórica e encontro-me na presença de um existêncialista? De qualquer maneira para do no tempo, é o minímo de que o devo avisar. Não é cinema, não é filme não. É mesmo uma peça de teatro, ainda por cima, musical, imagine-se o desplante de se criar livremente. Mas esteja descansado, porque pouco acima e um pouco por todo o lado verá você outros espectaculos livres de assim o serem sobre essa figura, que segundo alguns fazem crer, representa o pior e o melhor português de sempre, senhor de antagonismos, no mínimo, enquanto outros, num antigo cinema convertido em novo teatro, que se quer um novo espaço cultural com uma identidade própria e sem subsídios estaduais, descanse que não lhe vamos ao bolso, só se nos quiser ver, e aí, não nos peça a única coisa que temos para vender, mas como dizia, no Mundial, se faz uma peça sobre alguém que acreditou que se podia mudar o mundo, que acreditava, revolucionariamente, radicalmente, que as pessoas, no seu íntimo são boas.

Com os meus melhores cumprimentos e votos de melhoras,

Alexandre Ferreira

www.alexandreferreira.blogspot.com

a partir de 28 de Maio estaremos à sua espera.

04:44  
Blogger António Bastos disse...

Caro Alexandre Ferreira,
Obrigado pelo seu comentário. Sabe que foi com idealismos desses, o Mal vem sempre difarçado de Bem, que se cometeram muios dos mais abomináveis crimes do sec. XX. O seu problema, bem como todo este mundo moderno que você tão bem representa, é esse veneno do Rousseau. A tendência natural do homem é para a maldade, daí a necessidade de de linites à sua liberdade assentes numa moral que deverá ter sempre uma referência a um Absoluto (saber distinguir o Bem do Mal), por isso é rotundamente falso afirmar que as pessoas no intímo são necessariamente boas.

21:12  
Anonymous Anónimo disse...

claro, caríssimo António, que com o seu próprio exemplo, a ideia de queo homem nasce com a "tendência" para a maldade jamais será posta em causa. Se eu própria tivesse de o olhar ao espelho todos os dias logo ao acordar, tb diria o mesmo, concordaria consigo em absoluto.
Deixe-se de fascismos, de preconceitos e sobretudo, de ignorâncias.
Vivemos numa sociedade doente, de pessoas com más intenções, essencialmente por pessoas como o António. Mas felizmente nem todos somos assim, há uns quantos (coitados ) que ainda acreditam na bondade humana, na verdade, na fraternidade e na igualdade como valores supremos, e veja lá, até acreditam que o mundo pode ser melhor.
Apereça no teatro! Um pouco de cultura nunca fez mal a ninguém... e olhe que o saber não ocupa lugar.

Melhores cumprimentos,

Sara Abreu.

15:43  
Anonymous Anónimo disse...

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