Os intolerantes da “tolerância”
Assisti há alguns dias na RTP2 a um programa intitulado, se não me engano, “Sociedade civil”, para cuja transmissão tinha sido alertado. O dito programa propunha-se fazer um autêntico “Auto-de-fé” do incorrectamente chamado “Antigo Regime” (II República). A necessidade de o fazer prende-se com o estranho comportamento de alguns “saudosistas”, e por isso “tarados”, que votaram naquele “sinistro ditador”, António de Oliveira Salazar, chegando mesmo ao desplante de o colocar numa posição folgada na dianteira. No programa participaram, para além da entrevistadora, três entrevistados entre os quais se contava o historiador “oficial” do regime, Fernando Rosas. O programa além disso, e por inerência, tinha o “mérito” de vangloriar a actual III República na qual corre leite e mel, a corrupção não existe ao contrário do “antigamente”, e cujo crescimento tem assentado no investimento em “capital humano” só possível pela excelência do nosso ensino tão invejado pelos nossos principais parceiros económicos e citado pela OCDE como O modelo. Aliás um das críticas feitas no programa ao regime diziam respeito ao sistema de ensino que aquelas “luminárias” classificaram de elitista, o que é um enorme elogio diga-se de passagem. Será que esses autênticos imobilistas não compreendem que ao baixar-se a “fasquia” no ensino, devido aos mitos igualitários, se está a impedir a ascensão social de quem tem mérito, a desvalorizar os diplomas e as profissões manuais, e a criar a ilusão de mobilidade social, logo, a gerar frustrados? Ocorre-me a afirmação de Saint-Just “Os infelizes são o poder da terra!” . Foi isso que se fez, em grande medida, no pós 25 de Abril. O programa terminou em apoteose com uma psicóloga, “soixante-huitarde”, que criticava a necessidade de autoridade e de as crianças obedecerem aos pais. Creio que lhe faria bem uma estadia numa daquelas periferias problemáticas de Paris ou Marselha, ou num dos bairros de onde são oriundos os hooligans em Inglaterra. Este nojento programa de propaganda é bem a imagem deste regime que se auto-considera dotado de todas as virtudes (incluindo a tolerância, que é um dos termos mais abastardados da actualidade) e eximindo-se porém da necessidade de as comprovar, e não concedendo a ninguém a possibilidade de servir de “advogado de defesa” do “condenado”. O problema é que perante o cada vez maior degradar da situação no nosso País este discurso “pega” cada vez menos, daí o desvario que o regime demonstra e a necessidade de recorrer a estas encenações.
António Bastos
1 Comentários:
Excelente texto. A repentina e histérica campanha de ataques à memória de Salazar, passados quase 37 anos da sua morte, e 33 da destruição da nação que brilhantemente defendeu, indica claramente que abrilinos e quejandos estão apavorados com o juízo da história. Graças a Deus que Salazar, a antítese desta escumalha, continua a tirar-lhe o sono.
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