Quando é que acaba a democracia?
A pergunta formulada poderá surpreender muitos leitores habituados que estamos a ouvir diariamente venerar o “regime das cruzinhas” (como diria o Corcunda) como sendo o “state of the art” dos regimes mas ouvia-a recentemente a uma pessoa sem grande preparação intelectual com quem conversava a propósito do que se passa na Câmara Municipal de Lisboa. Acrescente-se que esta imediatamente completou a sua afirmação dizendo que uma ditadura não é desejável, mas o que se passa actualmente também não. A pergunta parece-me ser bem reveladora do que vai na mente do homem comum perante o espectáculo da política em Portugal e lembra-me uma outra pergunta que era colocada pelos portugueses pretos de Angola quando, poucos meses após a independência, perguntavam quando é que esta iria acabar. O terrorismo intelectual associado ao mito da “longa noite fascista” com que é designada a II República com o intuito de a denegrir e, indirectamente, desculpabilizar a actual III República leva a esta tensão interior, à incapacidade de compreender a situação actual e, pior ainda, a aceita-la com todo o seu cortejo de escândalos visto que, para a maioria das pessoas, o contrário do que temos é necessariamente sinónimo de ditadura. É absolutamente sinistro como se causa prisão mental e cegueira a todo um povo para melhor o poder explorar ao levar-se as pessoas a raciocinar em termos dicotómicos entre democracia e ditadura. É a ideologia em acção! Como é que poderemos sair deste impasse?
2 Comentários:
Muito dificilmente o poderemos conseguir - excepto se o Povo inteiro pegar em armas, através de eleições nem pensar nisso porque estas têm sido e continuarão a ser uma farsa e descarada ainda por cima - são eles que têm a faca e o queijo nas mãos e consequentemente tudo farão para o evitar. Pensemos por um instante, se conseguirmos executar esse complicado exercício mental neste específico caso, no que eles têm usufruído (em todos os aspectos) ao longo de 30 anos com esta espécie de democracia e no que eles perderíam se este regime caísse. E no quão fortemente protegidos pelos mundialistas eles se encontram para que tal nunca (nunca?) venha a suceder. Para benefício (e que benefício) mútuo, claro.
Maria
Cara Maria,
Naturalmente que nada pode mudar por via eleitoral as eleições são uma fraude para entreter as massas. Penso que só o definhar da economia sufocada pela carga fiscal crescente e a cada vez menor competitividade da nossa economia levarão a corda a partir-se. A ver vamos.
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