5.11.06

Saddam Hussein

Defendo que a pena de um crime seja sempre correccional. Se for apenas punitiva, sem componentes de esperança de conversão do criminoso para homem responsável, não valerá a pena sustentar os encarcerados que não seja para a protecção da sociedade. Mas como penso que as medidas devem ser sempre correctivas, por mais tempo e esforço que acarretem, custa-me aceitar certo tipo de sentenças na sua forma.
A pena perpétua por exemplo, assenta, a meu ver, num pressuposto completamente errado de que o individuo visado jamais se arrependerá ao ponto de se corrigir. Parte sobretudo da ideia de que nem todos têm oportunidade de perdão. Já a condenação à morte torna-se repugnante porque paga, muitas vezes, na mesma moeda. Para além disso, trata-se de homicídio qualificado que, a ter possibilidade de ser evitado, redobra a sua carga de injustiça moral e ética, constituindo-se atentado puro e duro contra a preservação do valor da vida.
É por isso que a morte por enforcamento de Saddam Hussein é sinónimo de barbárie, exportando o que de pior tem a justiça americana: tribunais farsantes e carrascos.

1 Comentários:

Blogger O Corcunda disse...

Ao contrário de muitos tradicionalistas eu encaro a Pena como um elemento de defesa da sociedade. Eliminado o perigo há que perdoar. Por isso acredito na prisão, mesmo a perpétua (quando o perigo se mantém). Mas não acredito na Pena de Morte, exceptuando nos casos em que não existe uma alternativa para defender o bem da comunidade. É o caso de alguns tiranicídios em que não há viabilidade de prisão, ou no caso da legítima defesa (proporcional) que a nossa lei muito bem define.

23:59  

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