20.9.07

"Founding father" da República jacobina

Realizou-se ontem no Panteão Nacional, com a participação dos "representantes do povo soberano", uma cerimónia republicana socialista e laica de acção de graças a um dos "Fouding fathers" da República, Aquilino Ribeiro. Membro da sinistra carbonária, foi um dos instigadores do crime da Praça da Comércio executado pelo Buíça e Costa, cuja transladação para o dito panteão, calculo, esteja para breve. Os herdeiros dos "heróis de Abril" não satisfeitos com o destruir e o despovoar do Portugal a que assistimos diariamente, divertem-se a espezinhar a memória daqueles que o serviram (como foi o caso do Rei D.Carlos I) fazendo, indirectamente, a apologia do terrorismo e da violência como formas legítimas de acesso ao poder. Um regime define-se, entre outras formas, pelos valores que norteiam a conduta das suas elites. Tendo ficado mais uma vez bem claro quais são os dos nossos "representantes" apenas posso dizer: Paz à tua alma, Portugal

11.9.07

"Princesa do Povo"

Ainda a propósito da Monarquia Britânica li no ABC um editorial sobre as incongruências daquela patética Lady Di que usou e foi usada pela imprensa sensacionalista para promover a sua imagem e aumentar as vendas dos jornais sempre ávidos destes escândalos reais que, de alguma forma, são uma espécie de contos de fadas do nosso tempo. A Pricesa Diana é bem a imagem de como se constrói uma imagem a partir do nada com alguém cuja vacuidade é total e como se consegue adquirir altos níveis de popularidade, um pouco como aquilo que se passa com muitos políticos. Uma dessas incongruências de que o referido editorial fala é o facto de alguém que andou a fazer campanha contra as minas anti-pessoais não ter tido o mínimo pejo em usufruir das vantagens da imensa fortuna da família Al Fayed conseguida em grande medida com a venda de armas, incluindo naturalmente minas anti-pessoais, a muitos tiranos que abundam por esse mundo fora. Qual o legado de todas essas campanhas nas quais a Princesa Diana participou? Zero. No mundo do efémero o seu rosto de “Calimero” ultrajado foi rapidamente esquecido pelas massas não passando de hoje de mais do que uma vaga recordação.

Monarquia britânica

Falou-se recentemente da Princesa Diana a propósito do décimo aniversário do seu falecimento. Tal facto foi motivo para alguns debates na televisão do regime, sobre o tema “A Monarquia britânica modernizou-se com os acontecimentos da morte da Princesa?”, moderados pela “excelsa e inquestionável democrata”, Maria Elisa, não há muito regressada da capital britânica onde esteve a desfrutar de uma magnífica sinecura que todos nós contribuintes lhe oferecemos, e cujo “brilhantismo intelectual” todos podemos apreciar no seu desempenho como moderadora do programa “Grandes Portugueses”. Os intervenientes destes debates foram criteriosamente escolhidos de acordo com a ideologia dominante, tendo em conta que os ditos debates têm o intuito, mais ou menos velado, de denegrir a Monarquia Britânica e, indirectamente, tecer loas ao nosso “maravilhoso” regime tão moderno, democrático e progressista que tem o mérito de nos colocar à mercê da classe política visto que, contrariamente aos ingleses, e para mal dos nossos pecados o “soberano” somos nós. Independentemente daquilo que se possa dizer da Monarquia Britânica, que para mim monárquico está longe de ser o modelo do tipo de monarquia que desejo para Portugal na medida em que, entre outras razões, esta não constitui “un pouvoir social supérieur à tout les autres”, como dizia Tocqueville, ao, por exemplo, não poder impedir que o R.U. tenha a legislação mais liberal da Europa em matéria de infanticídio pré-natal, mas ela é, no entanto, um pilar essencial da identidade e da soberania britânicas. Pergunto: quem gostariam de ver na chefia do Estado aqueles que advogam a queda do regime no Reino Unido? Um antigo PM que fingiria não ter passado politico partidário tal como os nossos patéticos “reizinhos laicos”? E que funções teria esse hipotético presidente? Também exerceria aquela coisa vaga e difusa que nunca ninguém conseguiu definir chamada “magistratura de influência”? E a “Commonwealth” manter-se-ia unida? Será que aqueles que advogam semelhante dislate medem bem o alcance daquilo que dizem? Que tipo de modernização têm essas luminárias em mente? Queriam ver a Rainha a confraternizar com as massas nos “pubs”? Enfim, as imbecilidades habituais.

4.9.07

Regresso

Regresso hoje às minhas “lides blogosféricas” das quais estive apartado por motivo de vilegiatura. Emergir do “torpor estival” e regressar à realidade desta velha Nação tão mal governada e para a qual não se vislumbra quaisquer esperanças num futuro imediato é algo de difícil sobretudo quando se esteve totalmente desligado dos acontecimentos aqui do rectângulo. Procuro superar a minha natural tendência para o pessimismo e encontrar motivos para alento, o que não é de todo fácil. Resta-me a satisfação de ter uma família estável e amigos.
Até breve.