29.11.06

1640

E que tal mandar estampar umas t-shirts com isto?:

Kontrastes do estado do tempo...

Uma conversa de café bastante agradável, onde exponho algumas das minhas percepções e avaliações acerca da blogosfera.

Ler, ler, ler...

27.11.06

Universitário, Bêbado e Rebelde!

Vá lá, sejamos sinceros. O típico jovem monárquico só bebe bebidas caras, nada de cerveja, anda com meninas pudicas (falsas) de colégios e tem tiques amaricados. É um retrato que em muito corresponde à realidade. Pois eu sou integralista e gosto de jeans, ténis, t-shirt e bares do bairro alto. Não digo não a um bom charuto e à gravata, mas não me faço valer disso para encobrir a cabeça oca que caracteriza a juventude do jantar dos conjurados.
É por isto que gosto destes republicanos! Vejo neles muita da estética que deveria ultrapassar o balofo do brasão no mindinho. Vou morar com eles, para a República dos Desalinhados, onde não há emproados a sujar a paisagem e a causa. De tão desalinhado que sou, e faço por ser (já não basta ser monárquico como não sou dos infelizmente típicos), deixem-me embriagar nesta ânsia de quebrar todas as malfadadas regras do mundo moderno.
Sou universitário, bêbado, rebelde e monárquico! Vai um brinde a Portugal.

O Papa e a Europa

O Papa na Turquia é toda a Europa cristã em viagem.
A recepção ao Sumo Pontífice será a medida da aceitação da Turquia na União... será?

26.11.06

Eu vou... pela vida!

«No próximo dia 30 de Novembro (Quinta-feira), pelas 21H00 terá lugar no Centro Cultura Popular de Santa Engrácia, na calçada dos Barbadinhos, n.º 49-A, 1170 Lisboa, um debate sobre a questão do aborto.
Do blogue "Pela Vida", estará presente um dos nossos estimados correligionários "O Corcunda". Entretanto aguardo ainda confirmação da presença de uma oradora do "Blogue do Não".
A inscrição para orador e oradora do outro lado da barricada está ainda em aberto, de modo que desafio os apoiantes do "Sim" a voluntariarem-se para se inscreverem (via caixa de comentários).
A sessão é aberta ao público, de modo que teria muito gosto que todos os interessados apareçam e participem neste que é um dos primeiros de muitos testes de "fogo".»

in PELA VIDA

Dom Duarte e a Democracia (V)

Custa-me discordar com o caríssimo Corcunda, arriscando-me claramente a fazer má figura, mas continuo a considerar o referendo como contraditório e deturpador da essência monárquica.
Diz o caro amigo da necessidade de positivar o regime. Digo eu que o método plebiscitário não se coaduna com o que se está a referendar. Ou seja, mesmo que seja necessário positivar a monarquia, a forma de votação individual seria a pior escolhida, por todos os motivos já aqui desenvolvidos.

Ou não?

25.11.06

Dom Duarte e a Democracia (IV)

São quase três da madrugada, estou com sono, meio "tocado", mas apetece-me escrever como se fosse uma necessidade de últimas orações, umas completas cantadas, entoando o Nunc dimittis!...

Sou contra a realização de um referendo ao regime. Isso está assente. Porquê?
1 .
Se se referendar a pessoa do rei, subverte-se o sentido familiar de sociedade para abraçar o individualista que se realiza, naturalmente, na rejeição do principio da hereditariedade como garante de estabilidade da soberania. Monarquias electivas são despóticas.
2. Se o plebiscito incidir na escolha do regime, irá contra a própria natureza monárquica. Ou seja, conferindo poder popular nesta matéria, está a negar-se no que é em si e por si. A Família Real não pode submeter-se à vontade volátil dos indivíduos sob pena de quer a soberania quer os súbditos deixarem de o ser. Penso que o argumento do reencontro do reino consigo mesmo - de Portugal com a Portugalidade - cai aqui por terra porque anula-se com o referendo a essência da monarquia. Aprovando-se a própria impossibilidade da sua repetição, anula-se ainda mais o primeiro na medida em que se reconhece a incompatibilidade absoluta da manutenção do regime com essa forma de poder popular. E isso leva-me a concluir que também o seu início - ou restauro - não poderá depender de tal decisão, por questão de principio e coerência. Se assim for, nasce torto e jamais se endireitará.

Perguntam, e com razão, qual a solução para a restauração. Quer parecer-me, caríssimos correlegionários, que é doutrinar. Quando o sentimento do reino for de tal forma unânime quanto à necessidade de restauração, de modo a não necessitarmos de colocar a prémio o que não é para ser disputado, ai sim teremos razões de esperança. Para guerra civil, basta-nos a república partidocrática.

Boa noite e até Domingo.
(entretanto, vou tentar acompanhar a evolução da discussão, pedindo os vossos comentários esclarecedores de qualquer incoerência no meu pensamento)

23.11.06

Dom Duarte e a Democracia (III)

O Corcunda tirou-me as palavras da boca (ou os dedos do teclado). Está aqui parte da razão pela qual questionei o Miguel Castelo-Branco. A monarquia não pode ser democrática porque não se submete à vontade volátil popular, na medida da manutenção da soberania que encarna na Família Real. Plebiscitar o soberano seria, enfim, conferir ao reino o poder pontual de fazer valer a sua vontade, destruindo, por exemplo,o princípio hereditário para dar lugar à eleição individual. Perder-sei-a a noção familiar de sociedade, para abraçarmos a individualista.
Contudo, entro em desacordo porque mesmo que um referendo servisse para a confirmação do sistema, e não da pessoa, penso que o principio plebiscitário conferiria de igual forma à opção popular um poder de revisão sempre que os indivíduos o entendessem, o que também subverte o principio do regime. Ou não?

«Por outro lado, se um plebiscito consagrar a Monarquia como a afirmação de um regresso à Constituição, ao elemento irrenunciável e irreferendável de uma identidade política, será uma ferramenta e não uma fonte. "As nossas mãos nos libertaram"..»

Mas se é para afirmar um "regresso (...) ao elemento irrenunciável e irreferendável", não será o plebiscito a pior forma de fazê-lo, por contradição?

Esclareçam-me.

Alguma coisa vai mal (alguma?)

Falou-se cá por casa, frente à televisão, que "quando as Forças Armadas estão descontentes é porque alguma coisa se passa ou vai passar". Atendendo ao facto dos militares dizerem que não foi para isto que fizeram o 25 de Abril, a coisa agrava-se. Primeiro, porque mostra alguma revolta institucional. Segundo, porque faz-nos questionar: então mas não foi o povo?!

Dom Duarte e a Democracia (II)

Pronto, estou calmo.
Como já disse, estive ontem na apresentação do livro Dom Duarte e a Democracia. Custou-me, mas lá fui, levado pelo facto de estar em Lisboa e por alguma curiosidade. Afinal, era o pateta-alegre que ia fazer a apresentação...
Juntei-me a dois bons amigos monárquicos (quanto aos restantes que lá se encontravam, não sabia haver tantos em Portugal... onde andam eles escondidos, caramba?!) e sentei-me a meio do teatro. "A monarquia só o é se for democrática". Foi a gota de água do Manel, um ex-candidato à presidência da república e aventalado das grandes lojas, a valer-se do espaço mediático que lhe concediam e a conceder que alguns flashs fossem para Dom Duarte. Já não queria ouvir mais a patranha de que o regime não interessa face a uma certa concepção de portugalidade que, ao que parece, era comum (?). Como se a república e a monarquia não tivessem em si essa noção nacional, mais a segunda já que a primeira é a jacobina, dissolvente de pátrias.
Arrancaram-me do lugar para sentarem uma brasonada que nem me olhou na cara. Deve ter sentido algum receio de se dirigir a um rapaz de 22 anos de ténis. Mas foi um favor, proporcionaram-me respirar ar puro fora daquele raquitismo.

Mas vamos ao que interessa:
Diz o Miguel Castelo-Banco ter ficado animado com a ideia de referendo. Como pode ser possível, caro correlegionário, que se alegre com o plebiscito da soberania nacional? Não seria isso começar torto e jamais se endireitar? Ou seja, dar forma ao que estará oco?

(continua)

22.11.06

Quid rides?

Enquanto fazia tempo para a apresentação do livro Dom Duarte e a Democracia, passei uma vergonha descomunal no auditorium da FNAC do Chiado, folheando a pérola de edição aí na imagem. Ri, mas a bem rir, que de tão alto que soltei algumas das gargalhadas senti olhares reprovadores de uma atitude pública que não pude evitar!
ahahah... o que eu ri! ahahah... e ainda estou a rir... ahahah...

Dom Duarte e a Democracia (I)

Lá fui assistir à apresentação do livro e gramar o Alegre a falar patranha, mais meia dúzia de emproados de copo e charuto na mão e os aplausos aos vendidos do sistema. "Vergonhoso!" resume tudo. E como estou bastante irritado com o que vi e ouvi, encerro por aqui este postal para voltar amanhã já mais calmo.

ps: pena não o ter encontrado caro amigo, ao menos isso salvaria a tarde.

21.11.06

Já cheira mal

Os Gato Fedorento tornaram-se numa espécie de Departamento de Ficção. Aliás, toda a estação pública se transformou num ministério do Grande Irmão. Da comédia dos telejornais à triste figura de uns badanecos, parece sempre que estamos na primeira fila da Semana do Ódio.
Pois claro que o Papa e a hierarquia da Igreja são os eurasianos do momento, mais os do costume da "direita mole" - patética - misturados com Salazar, numa salganhada de lugares comuns e frases feitas sobre os alvos do costume. Tudo muito previsível, apelando à gritaria fácil e inflamada contra o inimigo inventado. De Sócrates e da desgraça nacional nem um "miau". Afinal, quando o líder da pandilha é assumidamente marxista-leninista, não é de esperar outra coisa que não seja a invenção da realidade pela alienação das massas.

O amigo JSM propõe que os meninos - sim, tem razão quando diz que não passam de citadinos acomodados - critiquem o sistema e ponham o dedo na república. Coisa impossível, caro correlegionário. Eles são o sistema!

Da blogosfera... (e da inovação)

Ora coloquem lá, meus estimados leitores, o cursor do vosso rato em qualquer um dos links desta casa e verão o que acontece!...

Da blogosfera...

Coisa positiva esta de encontrar ânsia e ambição de uma nova estética - tão sinistramente monopolizada - num dos melhores espaços nacionais dos últimos tempos. Já lá disse, e aqui reafirmo, que a considero questão essencial, embora não central, dos que querem pensar a Acção urgente. Uma mensagem sem adequado canal de divulgação perde-se, inevitavelmente, nas mentes que a cultivam. Bem sei que certo nacionalismo não acha este Portugal merecedor de ideias elevadas, mas também me convenço, cada vez mais, da cumplicidade que isso acarreta!
Noto ainda, neste "mar blogosférico", que estou linkado aqui, fazendo votos de que a ligação dure bem mais do que 5 dias.

20.11.06

Quem vai?

Eu até estou a pensar aparecer... como quem não quer a coisa...

19.11.06

Da lata de ter lata de dizer que há quem a tenha...

... quando o motivo é ridículo, muito próprio de quem não esconde uma necessidade complexada de anticlericalismo militante.

"Isto merece um postal" - uma descarga mental (II)

Acabei por não sair, rendido a terminar a leitura do 1984 de George Orwell. Dou comigo a olhar para as paredes, dando graças a Deus por não ter teletela, nem vozes estridentes cantando composições beligerantes, muito menos vigilância permanente que me obrigue a refugio num qualquer cubículo fora do alcance do olhar do Grande Irmão. Percebo melhor, com esta leitura, uma das muitas razões pelas quais detesto sítios muito frequentados, à excepção da alienação tão querida do estádio do Glorioso a abarrotar. Temo sempre os olhares alheios, não tanto pelo julgamento que sempre transportam, mas mais pela própria percepção em si de estar a ser observado, mesmo que a isso tenha autorizado pelo facto de ali me ter deslocado. Medo tenho de quando o olhar indiscreto invadir a privacidade, aquela de Winston em estar à lareira sem ser vigiado, sem me ser permitida a estada isolada - não necessariamente solitária - dentro das minhas quatro paredes caiadas.
Eles andam ai, claro está que andam, em género de olho que tudo vê, aquele das verdinhas norte-americanas encimando a velha tradição piramidal do antigo Egipto e coisas que tal, a lembrar aventaladas nas lojas da área residencial do membros do Partido.

18.11.06

"Isto merece um postal" - uma descarga mental

Começa a ser usual ouvir estas palavras, em jeito de pedido, normalmente em ocasiões menos próprias! Desta vez resolvi publicar para satisfação do "pedinte", já que as últimas horas foram, de facto, estranhas... no mínimo.
Um telefonema e a vida muda. Fica tudo de pernas para o ar! Eu que pensava passar umas boas noites de trabalho frente ao ecrã, fui ontem "arrastado" para a capital (mais queria eu ir...) de forma a engrossar uma festa académica, feita em residência típica do Estado Novo, bar com preços apetecíveis, gente a conhecer. Foi bom, para além de não ter aparecido a autoridade policial reclamando um som mais baixo que não perturbasse o descanso dos vizinhos. Gostava de ter visto, mas os homens fizeram folga ou talvez estejam fartos de ter de alinhar sempre na cantilena do "somos estudantes, sabe como é".
Estes encontros noctívagos da "promissora" nata da nação são sempre agradáveis, mais que não seja como local de estudo sociológico. Vê-se e ouve-se de tudo, tentam-nos com outro tanto, ficamos metidos num algazarra de pseudo- embriagados mais ou menos cambaleantes. E está ali o futuro de Portugal...
Acordei à toa, meio perdido. Tinha encontro na Rádio Azul de Setúbal, pelas 15h, para uma "aula" de mesa de mistura. A cara Ana Amaral, expert na matéria, mostrou-se uma excelente professora e futura colega. E é engraçado como imaginamos sempre quem está por trás das vozes da radio e acabamos por nos desiludirmos (neste caso no bom sentido... excelente, aliás!).
Neste momento, penso já na saída desta noite e no quão estúpido fui em não ter pedido os contactos da melhor voz das rádios da margem sul!! Trabalho não me falta em cima da secretária... mas que se lixe! Estou farto da porcaria do curso, mais os professores imbecis, os colegas mente-captos e as matérias viciadas.

17.11.06

Da desgraça europeia

Liberté Egalité Fraternité, ou a queda civilizacional de França

Da unideia laicista da república

16.11.06

O dia e a noite

Duas entrevistas simultâneas, a de Pedro Santana Lopes e a de Aníbal Cavaco Silva (RTP e SIC, respectivamente), mas com pouco em comum. Talvez nada.
De um lado, Santana é um homem magoado, julgado em praça pública pelo "cor-de-rosa" do social, ridicularizado por ser quem é. Vítima do ataque ad hominem. Do outro, Cavaco Silva é um emparelhado do sistema, governante sem o ser, defensor de uma estabilidade governativa que ajudou a montar. O primeiro fala abertamente, sem receios, na sua fluente calma de conversa de café que não incompatibiliza, jamais, um porte educado, cordial e nada ofensivo (ao contrário de Carrilho, claro está). O segundo está vendido - ou vende - à ética republicana, ao combate à inevitável corrupção da república, à ilusão de presidir todos os portugueses e à estratégia do governo (a sua estratégia).
E pouco mais há a dizer que não seja: não gosto dos dois, mas prefiro um deles. As razões são óbvias.

ps: Duas afirmações do Presidente da República: "O PR não comenta livros nem notícias"; "Não somos, contudo, um país de corruptos". Que fique registado para memória futura.

15.11.06

Conheço quem veja maçonaria em todo o lado. Passear na rua com um muito estimado amigo meu, é ir descortinando a simbologia de uma ou outra fachada, aquele ou este cartaz, esta ou aquela pessoa. Um verdadeiro descodificador do significado oculto de tudo. É a grande conspiração mundial, o poder secreto - ou será discreto? - das Lojas e a influência velada dos aventais no todo social. Haja qualquer ponta de desconfiança e a conotação foge para a revolução francesa.
- "Epá, estás a ver aquilo"?
- "Estou, e nem precisas dizer mais nada que já sei em que estás a pensar"!

Os mitos que a direita engendra só o são porque nisso os transformam. Óbvio que há disparates de todo o tamanho, patranhas impensáveis e teorias rocambolescas o suficiente para fazer corar. Mas o pingo de verdade em muito do que se vem dizendo ao longo dos anos é de manter no que dele é sustentável. Não poderá alguém de bom senso dizer que, por exemplo, a maçonaria não influi em nada com a vida partidária, logo politica e de soberania, de todos os países democráticos e em que existam as chamadas sociedades complexas. Bem como não admitir que os judeus americanos são maioritariamente iniciados. O problema surge precisamente quando a fábula toma conta da verdade, de maneira a ocupar mentes sequiosas de actividade, já que a acção de que se deveriam ocupar é maçadora o suficiente para lhe deitarem mão. É mais fácil ludibriar a inteligência e viver na fantasia.
É neste sentido que concordo em muito com o que o Miguel Castelo-Branco diz. Mas não em tudo.

ps: Aquele amigo que refiro pratica a mitologia por desporto. No fundo, ele sabe que nem tudo é mau.

Nubes Pluant

Engraçado (sem graça nenhuma) notar o deserto em que Setúbal se transforma quando chove. Numa aparente contradição, a deserção de vida na cidade dá-se devido à pluviosidade. Já ninguém é um Gene Kelly.

Geração Votante

Recordar é viver

O homem não nasce nem vive tábua rasa. Condenar o habito discursivo da citação, devido a uma apologia cega da razão, é fazer perder toda uma base de sustentação desse exercício, que o auxilia na construção lógica do pensamento. Mas há quem não consiga dizer que 2 mais 2 são 4, sem referir que alguém o defendeu com este ou aquele silogismo. "Já o outro o dizia", como se isso legitimasse o raciocínio.
É óbvio que o simples decalque de ideias não viabiliza a veracidade do que se defende. Não falta por ai quem leia sem reflectir as palavras e fale sem entender o que diz. Não se pode é pedir que o contrário - um discurso despojado de referencias temporais e espaciais - seja a forma única do exercício da lógica, como se não pudessem mais haver discípulos nem mestres a lembrar.
Os meio-termos são geralmente maus, mas aplicam-se aqui como o melhor meio de equilibrar as partes que têm de conviver: o passado e o presente, para ter em vista o futuro!

14.11.06

Postal meramente decorativo (?)

Maniento, eu?

Respondendo ao desafio do caro amigo Paulo Cunha Porto, cá vão 5 manias:

1 - cheiro tudo o que me chega às mãos. livros, roupa, comidas, bebidas, etc. seja o que for. uma mania um pouco primitiva mas da qual não me consigo livrar. atendendo ao facto de ter uma boa memória olfactiva, não será também de estranhar muito que mantenha este habito maniento.

2 - retiro a cinza da ponta do cigarro "aparando-a" na borda do cinzeiro. como não "bato" o tabaco, evita estragos no corpo da mortalha. (esta mania está contudo ultrapassada em virtude de ter deixado de fumar. aplico-a somente às cigarrilhas das noites de fim-de-semana)

3 - também leio jornais de trás para a frente. começo com o cartoon, sigo para a secção de cultura e media e acabo no tema de primeira página. associado a esta mania está a de nunca - mas nunca mesmo - dobrar o jornal. tenho sempre a sensação de estar a estraga-lo.

4 - preocupo-me em manter o quarto e secretária desarrumados. muita organização do espaço denota sempre fraca organização mental pela correcção que uma coisa faz da outra. ao viver na desarrumação convenço-me de que sou organizado...

5 - não suporto que remexam as minhas coisas. mesmo com autorização, custa-me que alguém estrague a organizada desorganização dos meus haveres. a minha mãe diz-me sempre que, se continuar assim, vai ser impossível casar-me!!...

Passo a batata quente para:
Mendo Ramires
Flávio Gonçalves
Carla Hilário Quevedo
O Corcunda
FSantos

12.11.06

Leitura de Domingo

O Trabalho e as Corporações no Pensamento de Salazar. Junta de Acção Social, Biblioteca Social e Corporativa.

11.11.06

Teletela

Para quem tinha dúvidas, o telejornal de hoje da RTP é o cúmulo da instrumentalização governamental na estação pública. A cobertura do congresso socialista foi um tempo de antena descarado. Vale-nos não nos vigiar... ainda!

«Démocratie : le Dieu qui a failli»

Eu vou

10.11.06

A casa da revolução

Ser radical, no sentido do termo gasto pelo tempo, já não acarreta radicalismo nenhum. Se passava somente pela adesão aos desportos (?) de alto risco, há já muito que a relação directa com tais actividades se perdeu. Aliás, ser-se radical, segundo aquilo que o sistema gerou para significar o radicalismo, é inserir-se na tribo de quase todos, no rebanho das ovelhas negras, seguidores e ao mesmo tempo pastores de uma geração sem alma, sem criação própria, revivalista da estética por moda.
Se o sentido de diferença do radicalismo se quiser manter, estes desalinhados são sim verdadeiros radicais.

Mini-férias

Quando o Estado é do povo, o povo é a imagem do Estado - e vice versa. No caso da função pública, não restam dúvidas acerca da ilação.

Pergunta do dia:

Qual o resultado prático da sondagem que o PSD Concelhia de Setúbal mandou realizar? (e já agora, quantos dos meus caros leitores sabiam dela?)

8.11.06

Juventude Radical

Aquela sinistra academia que aqui referi, na qual faço uma incursão bélica todos os dias, impõe aos mais frágeis a criação de muros de protecção contra o ataque cerrado do sistema. Mas mesmo os fortes, armados com língua afiada e resposta sempre certeira, resignam-se muitas vezes a viver como estranhos no mundo moderno do ensino.
Este texto da Rita Andrade é mais uma prova de que nem todos entram no rebanho das ovelhas negras. Há quem resista, numa reacção difícil ao politicamente correcto. Mesmo que isso acarrete marginalização, ainda há quem não tenha receio de se afirmar diferente. Afinal, não serão esses os verdadeiros radicais?
Haja esperança numa nova Geração!

Paciência para a tolerância

O Padre Nuno Serras Pereira escreve no nº2 da Alameda Digital:

(...)
E uma vez que cada pessoa só se realiza humanamente enquanto é responsável pelo seu decidir e agir, importa exercitar-se na tolerância para com os indivíduos que erram ou caiem (afinal, de algum modo, todos nós) na sua demanda da verdade e do bem.
(...)

Eu compreendo qual a intenção das palavras do reverendo, atendendo especialmente ao discorrer de todo o texto. Só não percebo o hábito, do meu ponto de vista errado, de se usar a "tolerância" parecendo não olhar ao seu significado. É que, de facto, tolerar quererá neste caso dizer que se aceita o erro na "demanda da verdade e do bem", porque dela faz parte como caminho a percorrer. Ora, parece-me ser precisamente o acto de tolerância para com esse erro que o torna aceitável na decadência civilizacional que atravessamos. Se a atitude tolerante concedesse contudo lugar à paciência, essa sim virtude cristã e reflexo da pedagogia do próprio amor divino ao homem pecador, tornaríamos as liberdades mutuamente responsáveis e concorrentes para o mesmo fim: a expressão da dignidade humana.
Tolerar acarreta sempre a admissão da existência do que é tolerado. No caso do erro de que o Padre Serras Pereira fala, conduz não à sua aceitação como condição transitória mas antes lhe confere aprovação em si e por si, descorando o seu carácter passageiro. Só aquela virtude da paciência, que espera confiante a conversão, é eficaz para alcançar o fim do Caminho que é a Verdade da Vida e a Vida plena da Verdade.

7.11.06

A Matrix Republicana


6.11.06

Esta entrada no Pasquim da Reacção vem mesmo a calhar para a sequência do meu meu último post.
Aqueles alfarrabistas de que falo têm poeira a mais. Alguém tem de arrancar as teias de aranha e matar a traça que ameaçam as páginas das ideias imortais.
Há que reescrever tudo, sem contudo alterar uma única linha. Do que aquelas ideias precisam é de mão nova, que as passe novamente ao papel, sempre de olhos postos num futuro que já não é o mesmo. Doutrinar para agir, precisa-se! Eu preciso.

É duro. O nacionalismo pede mais e mais a quem o descobre e quer viver. Leitura atrás de leitura, reflexão difícil, discernimento profundo. Caminhar pelas linhas dos mestres assemelha-se a terreno montanhoso: ora a dificuldade da subida, ora a vitória de alcançar o cume. São conclusões de uma vida toda, as das páginas empoeiradas de um alfarrábio.
Vou às livrarias da modernidade e perco-me no preçário. Entro num alfarrabista e deixo-me levar pela aventura de encontrar aquele livro, daquele ano, com aquela ideia que enforma a história. São templos do saber, despojados de clientela mas transbordantes de novidades sempre antigas e sempre novas. Ali nenhum valor é demasiado elevado, à excepção do preço futuro do esquecimento. Há hoje poucos agentes da memória!

5.11.06

Saddam Hussein

Defendo que a pena de um crime seja sempre correccional. Se for apenas punitiva, sem componentes de esperança de conversão do criminoso para homem responsável, não valerá a pena sustentar os encarcerados que não seja para a protecção da sociedade. Mas como penso que as medidas devem ser sempre correctivas, por mais tempo e esforço que acarretem, custa-me aceitar certo tipo de sentenças na sua forma.
A pena perpétua por exemplo, assenta, a meu ver, num pressuposto completamente errado de que o individuo visado jamais se arrependerá ao ponto de se corrigir. Parte sobretudo da ideia de que nem todos têm oportunidade de perdão. Já a condenação à morte torna-se repugnante porque paga, muitas vezes, na mesma moeda. Para além disso, trata-se de homicídio qualificado que, a ter possibilidade de ser evitado, redobra a sua carga de injustiça moral e ética, constituindo-se atentado puro e duro contra a preservação do valor da vida.
É por isso que a morte por enforcamento de Saddam Hussein é sinónimo de barbárie, exportando o que de pior tem a justiça americana: tribunais farsantes e carrascos.

A ditadura das maiorias

João Miranda no seu melhor, escreve no Blasfémias (negritos meus):
Imagine-se que alguém no governo se lembra de impôr limites de velocidade nas auto-estradas. Por exemplo, carros ligeiros não podem andar a mais de 120 km/h. Será uma boa ideia? Depende. Se a lei for entendida pela esmagadora maioria da população como necessária, se a maioria da população considerar o excesso de velocidade como um comportamento inadmissível então é uma boa ideia. Mas se a esmagadora maioria da população considerar velocidades de 140 km/h como naturais numa auto-estrada então a lei é capaz de não ser uma boa ideia. Em primeiro lugar porque todos tenderão a desrespeitá-la. Em segundo porque aqueles com poder para a implementar são também membros da mesma sociedade que rejeita a lei e não se sentirão bem a implementá-la. Ora, uma lei que é sistematicamente desrespeitada e que as autoridades não têm capacidade ou interesse em aplicar tenderá a gerar meia dúzia de vítimas exemplares e nada mais. A lei não servirá para produzir justiça mas para aumentar a desconfiança em relação ao sistema de justiça e em relação às autoridades.
Ou seja, para João Miranda a lei não obedece a um pressuposto de justiça em si, mas de satisfação da vontade da maioria. Em suma, deve responde à sua conveniência relativa.
Há com cada um...

4.11.06

Assim não dá (II)

O Blogger continua a dar problemas.
Não é a primeira vez - talvez não seja a última - que equaciono migrar um blog para outro servidor. Já com o É A HORA! tinha pensado no caso quando o template deu problemas. Desta vez, parece que o empecilho se deve à mudança para as contas do Gmail.
Entretanto, apaguei duas entradas. Uma com um vídeo da Action Française, outra com a indicação do "À Lareira de Castela" de António Sardinha, a minha aquisição e leitura deste fim-de-semana. Os posts tinham erros devido ao mau funcionamento do blogger.
A ver se isto se resolve depressa para retomar a publicação.
Cumprimentos.

Assim não dá (I)

O Blogger está com imensos problemas de publicação.
Relativamente à entrada anterior, a capa do "À Lareira de Castela" simplesmente desapareceu.

Do direito ao direito de ter direito ao direito

Pergunto:
Quantas mulheres vão processar o Estado nos casos em que este não consiga despachar a situação antes das 10 semanas de gravidez? Quanto vamos nós, contribuintes votantes do Não, pagar às mulheres que reclamem a violação do seu direito? Afinal, trata-se de um direito que o Estado se compromete assegurar, não é verdade?

3.11.06

Pensa rápido (X)

- Porque não desistimos?

- Porque acreditamos, com a virtude da Esperança, que não podemos.

Pensa rápido (IX)

- Porque nos sacrificamos?

- Para purificar a Alma Lusa.

Pensa rápido (VIII)

- Porque não somos iluministas?

- Porque a Luz vem de Deus.

Pensa rápido (VII)

- Porque não somos futuristas?

- Porque a moral é imutável.

Pensa rápido (VI)

- Porque somos tradicionalistas?

- Porque o edifício da Pátria precisa de fundamentos sólidos e imortais.

Pensa rápido (V)

- Porque não podemos ser tolerantes?

- Porque o erro vicia. Só a Verdade liberta.

Pensa rápido (IV)

- Porque não pode um monárquico ser democrata?

- Porque o povo não é soberano. Só o Rei.

Pensa rápido (III)

- Porque não pode um monárquico ser liberal?

- Porque o Rei é soberano. Não o povo.

Pensa rápido (II)

- Porque não pode um nacionalista ser liberal?

- Porque a Nação é una.

Pensa rápido (I)

- Porque não pode um católico ser liberal?

- Porque a Verdade não se compadece. “Quem não é por Mim, é contra Mim”.

2.11.06

Sinistra academia

Os problemas do edifício do saber português, da nata "promissora" da Nação, são muitos dos que ali estão expostos. Eu ainda tenho a felicidade - muito pouco feliz, diga-se - de estudar numa das obras do Siza. Ali ninguém cola um papel na parede sem que antes seja autorizado pelo arquitecto. Independentemente de se gostar ou não do traçado, pelo menos há alguma limpeza visual. A coisa só arruína quando notamos que, a par da relva aparada e da ordem geral do espaço, encontramos as tais "barbichas à Lenine" e as "vestimentas em que o desleixo parece ser nota de rendição". Bloquistas, comunistas e socialistas. Mais à direita disto contam-se talvez dois ou três professores.
As aulas são o espelho do corpo docente. A apologia do estado social, do modelo federal europeu e a catalogação da dextra política levaram a que uma professora me perguntasse numa aula: "É monárquico? Não compreendo como é que alguém pode ser monárquico"! Ao que respondi: "E eu não entendo como a professora ainda dá aulas". Hoje tenho dúvidas se ouviu a resposta, mas a pauta de notas leva-me a crer que sim.

Igualdades rentáveis

Tudo o que centraliza, descaracteriza. As “catedrais do consumo”, aquelas que fazem as delícias da pobreza da margem sul do Tejo, são o píncaro do espírito domingueiro. Ali ninguém se sente mal, tudo se unifica na massificação da oferta e nas linhas sempre iguais da traça monumental do edifício. Mesmo sem comprar, enchem-se os olhos de prendas visuais, auditivas, quem sabe olfactivas. Um espírito totalitário disfarçado que o povão, nas palavras do meu santo avô, “vive de beiço caído”. Socialismo e Capitalismo!

1.11.06

Nuno Álvares Pereira (24 de Junho 1360 - 1 de Novembro 1431)


A Vida terá o Sentido que a morte tiver.

A Fuga



(Fantasie and Fugue in g minor - BWV 542 por Pilar Cabrera)

O género é dos meus preferidos. O contraponto do tema exige a genialidade que se perdeu e, no caso das grandes composições protestantes de Bach ou do mestre Buxtehude, contam-se pelos dedos os que as executam como se do acto criador se tratasse, reinventando cada nota, cada trilo, cada mudança de registo entre o flautado e o metal, mais o pé que insistente bate no teclado inferior, num bailado de perfeição sobre o instrumento dos instrumentos. A Fuga no órgão, aquela que significa e é a expressão máxima da técnica aliada ao virtuosismo, constitui-se como o grau superior da música.
Acrescenta o facto de adoptar o nome do que escapa de um determinado ponto em direcção a outro. Foge a melodia da primeira mão, para logo a acompanhar a segunda, entrando em sintonia como se fosse magia. A combinação do que está desencontrado, numa fusão tantas vezes sonante na dissonância. A metáfora perfeita da vida de alguns, de outros nem tanto, adaptável a circunstancialismos da existência. É como se imagem fosse do que de mais nobre há na condição social humana, representação perfeita da ilusória "contradição" e do seu contributo na obtenção de um caminho único, verdadeiramente melódico. Mesmo assim, há quem encare a Fuga como o escape sem retorno do presente para o futuro, como se o final da peça não dependesse de todos os sistemas anteriores para culminar. Acaso fará sentido ler a partitura somente no último ralentando?! Certamente não.
Mas a Fuga assume contornos devastadores se o tema se divide. Se este assumir o seu plural, teremos muitas vozes em total discordância, quer entrem no mesmo compasso quer assumam o inicio mais ou menos tarde. A dissonância já não tende mais para o equilíbrio, antes se transforma na sobreposição de todas e nenhuma, sem que se percebam individual e colectivamente. Geralmente cria a sensação de desconforto auditivo que exige o isolamento de cada uma delas, muitas vezes a Fuga divergente de todas.

Ora o nacionalismo é uma obra prima dos melhores mestres. Não venha alguém querer toca-lo sem ter estudado o conservatório.