Educar Portugal
A temática da Educação Nacional, aqui e aqui exposta, entra em contradição quando inventamos dois lados da barricada, duas trincheiras completamente opostas no terreno, como se de uma guerra se tratasse.
É certo que o assunto é dos mais relevantes, se não o mais importante, para o futuro de Portugal a médio/longo prazo. Mas como tudo o que não é imediato acaba por ser renegado pela força dos tempos que correm, inventa-se o combate entre governo e escolas, Ministério e professores, para adoçar a luta social nas ruas, os tempos de antena na comunicação social e manter a própria instabilidade do sistema educativo.
O caso tem de ser visto mais a fundo, bem no âmago. O problema não é a política da ministra, muito menos a qualidade do corpo docente. Há bons e maus dos dois lados. O empecilho encontra-se na concepção de Educação a que chegámos. É certo que muitos professores estão mais preocupados com as regalias da corporação de que em tempos desfrutaram. Também é verdade que o Ministério encontrou nos professores um bode expiatório injusto, pagando o todo pela parte. Mas acontece que esta troca de forças não resolve nada, muito pelo contrário, e acabamos julgando que a discussão é esta mesma, quando não é. Ou será o sistema educativo campo de reivindicação laboral pura, dura e sindical?
O que deve ser posto em cima da mesa é o projecto global da educação para definir a sua própria definição. E para que isso aconteça é imprescindível que, quer professores quer governantes, abdiquem de certos proteccionismos e reflictam, em conjunto, num projecto a longo prazo, que encare o passado como o adubo, o presente como a semente e o futuro como o fruto. Sem guerras nem manifestações, sem oposições de qualquer ordem que não sejam as discutidas produtivamente. Há que rever os programas, os currículos, os métodos e as práticas pedagógicas. Há que concerta-los, de forma eficaz, com as especificidades locais, obedecendo sempre às linhas mestras condutoras do processo de aprendizagem. Há que fazer respeitar os docentes pelos alunos, pelos pais, enfim, pelo país. Mas há também que exigir destes que se façam respeitar e das escolas superiores de educação que os ensinem a ensinar. Certamente não tanto quanto a professora do Miguel Castelo-Branco, já que uma “régua na mão” não impõe mais do que o medo de levar com ela em cima.
Portugal depende disto.
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