8.10.06

O estado da Arte (III)

A acção litúrgica constitui-se como umas das mais belas e nobres formas de Arte.
É comum ouvir, especialmente nos meios eclesiásticos, que a Santa Missa (como outras celebrações) tem um carácter profundamente teatral, não só no sentido do Memorial perpétuo do Sacrifício da Cruz, mas também na boa representação que todos os intervenientes litúrgicos devem adoptar nas tarefas que realizam. Cada um no seu ministério, fazendo somente aquilo que lhe compete, dando o melhor do seu saber.
O Altar, “palco” da divina dádiva do próprio Corpo e Sangue de Cristo transforma-se, quer pela paramentaria quer pelo local de culto, sítio propício para tudo exercer de forma simples. Mas daquela simplicidade que denota, queira Deus eficazmente, a mais sublime das entregas ao Mistério da Fé. Uma simplicidade de alma reflectida na acção do Louvor a Deus e da obediência ao seu Mandamento.
Dificilmente apreendemos estas coisas se não formos parte integrante da Arte da Igreja. Se não a vivermos e experimentarmos na profundidade e sentido que a Fé confere à ocasião, raramente poderemos sentir a essência do que ali se celebra. E para tal são essenciais os próprios estímulos da liturgia que, usando os sentidos, sugere e auxilia a Acreditar. São eles os sonoros (no canto do coro e da assembleia, no tocar do Órgão, nas palavras e mesmo nos sinos) os olfactivos (no suave perfume do incenso fumegante do turíbulo) e os visuais (na paramentaria, nos gestos e no edifício). Um conjunto infindável de sinais, tantos deles expressões artísticas por si só, que enformam a Arte maior de tudo religar ao Senhor.
(continua)

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