15.11.06

Recordar é viver

O homem não nasce nem vive tábua rasa. Condenar o habito discursivo da citação, devido a uma apologia cega da razão, é fazer perder toda uma base de sustentação desse exercício, que o auxilia na construção lógica do pensamento. Mas há quem não consiga dizer que 2 mais 2 são 4, sem referir que alguém o defendeu com este ou aquele silogismo. "Já o outro o dizia", como se isso legitimasse o raciocínio.
É óbvio que o simples decalque de ideias não viabiliza a veracidade do que se defende. Não falta por ai quem leia sem reflectir as palavras e fale sem entender o que diz. Não se pode é pedir que o contrário - um discurso despojado de referencias temporais e espaciais - seja a forma única do exercício da lógica, como se não pudessem mais haver discípulos nem mestres a lembrar.
Os meio-termos são geralmente maus, mas aplicam-se aqui como o melhor meio de equilibrar as partes que têm de conviver: o passado e o presente, para ter em vista o futuro!

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