25.2.07

Os “Vitais” Moreira


O amigo Corcunda num dos seus posts recentes falava do futuro da Igreja em Portugal a propósito dos comentários do totalitário Vital Moreira (órfão de Lenine, Goebbels da III República e émulo de Afonso Costa) à derrota do “Não” no recente referendo à liberalização do infanticídio pré-natal. Tal post levou-me a reler uma entrevista antiga (1979) de Jean-François Revel a Bernard-Henri Lévy a propósito de um livro que este último acabava de publicar intitulado “O testamento de Deus”. O livro é de uma enorme actualidade perante estes ataques à Igreja, que é e será sempre O garante da nossa liberdade. A atitude de Vital Moreira como a de muitos outros como ele é a de não reconhecer que os erros desse laicismo, que é uma forma de paganismo como o marxismo, estão na génese do fenómeno totalitário, que é sempre precedido por uma tentativa de erradicar a tradição judaico-cristã e monoteísta. Há, a esse propósito, na entrevista uma frase que gostaria de citar e que é bem reveladora das consequências do laicismo: “Nós nunca fomos tão pouco livres como desde que deixamos de acreditar. É a descoberta que com Dostoiesvski fez toda a literatura moderna. Se já não há pecado é a alma que é o crime. Se já não há Redenção é a vida que é a expiação.” Confesso que quando leio isto me falta um pouco o ar e que tenho vontade de me prostrar diante do Santíssimo e adora-lO. O que fazem todos os “Vitais Moreira” (de Robespierre a Mao passando por Hitler e Staline) é desviar em seguida a Fé em Deus para os “bezerros de ouro” do paganismo que por aí abundam: o Estado, a Maioria, o Partido, a Natureza ou o Romantismo. Num fundo são um bando de fariseus que choram lágrimas de crocodilo perante as vítimas da República Nacional-Socialista Alemã (as dos gulags não eram humanas! Como tal não se incluem no tão politicamente correcto “dever de memória”) mas não lhes ocorre tentar compreender quais as filosofias que levaram aquele macabro resultado. Um pouco como se alguém lamentasse a morte de alguém por cirrose e continuasse a defender o consumo imoderado de álcool. O objectivo dos “Vitais Moreira” é transformar o Estado, neste caso a República, numa “Igreja” laica e ser ele a dizer o que é o Bem e o Mal, ou seja confundir as duas Cidades de que falava Santo Agostinho. Neste contexto a Igreja vai cada vez mais ficando condenada a ser uma simples caixa de ressonância do poder político e é a isto que cada vez mais, infelizmente, vamos assistindo. Cada vez que isto acontece, que há uma sobreposição das duas esferas ou Cidades, estamos perante o totalitarismo. Paz à tua alma, Portugal!