14.2.07

Sakharov


Como é sabido o Papa Bento XVI homenageou recentemente um dos homens mais notáveis do séc. XX: Andrei Sakharov. Sakharov destacou-se, para além do seu saber científico, pela sua integridade, probidade e, consequentemente, amor à verdade. Algo que lhe trouxe vários dissabores. Não nos esqueçamos de que Andrei Sakharov na qualidade de físico nuclear fazia parte da nomenclatura do regime, com todos os privilégios que lhe estavam associados, como era o caso de uma datcha no Mar Negro. Sakharov ao dizer não à mentira, isto é e neste caso, ao denunciar o regime comunista sabia que lhe seriam retirados todos esses privilégios facto esse que nunca o fez mudar de postura. Sakharov chegou mesmo a ser exilado em Gorki, onde ainda estava quando foi criado em sua honra o prémio “Liberdade de pensamento” pelo Parlamento Europeu. Do belíssimo discurso de Bento XVI gostaria de destacar a seguinte frase que me parece de uma enorme actualidade sobretudo após a desgraça do passado domingo no nosso País.

«É necessário, na vida pessoal como na vida pública, ter a coragem de dizer a verdade e segui-la, (e) ser livre em relação ao mundo ambiente que tem a tendência de impor as suas maneiras de ver e os comportamentos a adoptar»

Pergunto: perante este cada vez mais cercear do pensamento, como a triste campanha pelo aborto, e não só, o provou, quem ousa hoje “ter a coragem de dizer a verdade e segui-la” mesmo sabendo que se arrisca a ter dissabores com a “polícia política” do politicamente correcto, os media, ou com muitos dos que nos rodeiam (colegas de trabalho, familiares e mesmo amigos)? É esta coragem que distingue os Grandes homens dos pigmeus. Estou a pensar num caso que vi na televisão no qual um padre íntegro, no Norte do País, na sua homilia teve a coragem de referir o 5º Mandamento da Lei de Deus o que levou imediatamente uma equipe de reportagem da televisão a ir entrevistar esse “marciano” que defende a vida humana, e tendo o movimento pelo “Sim” apresentado queixa dele na Comissão Nacional de Eleições. Quando o que vemos hoje cada vez mais são Pilatos que não hesitam em lavar as mãos para evitar este tipo de problemas, o exemplo de Sakharov é ENORME, e é por isso que Bento XVI tão oportunamente o enalteceu. Vamos tendo infelizmente, tal como ele o fez, que nos habituar a defender a nossa liberdade interior visto que a exterior é cada vez mais reduzida devido ao verdadeiro terrorismo intelectual a que estamos sujeitos.

2 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Muito bem lembrado. Mas não devemos nunca deixar de lutar pela Liberdade exterior...
Este blogue está a desempenhar um papel importante nessa luta de dizer a verdade.
É não esmorecer...

Grande abraço do Corcunda

23:06  
Anonymous Anónimo disse...

Caro Corcunda,
Muito obrigado pelas palavras de estímulo e de encorajamento. É sempre bom saber que temos AMIGOS.
Unidos pela mesma causa, recebe um grande abraço

09:41  

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