21.2.07

Portugal: paraíso da criminalidade?

Ouvi há pouco na rádio que o militante do partido social-democrata que actualmente desempenha o cargo de presidente desta república a que nos condenaram indultou um foragido da justiça que tem sobre ele pendentes mandatos de captura não só nacionais como internacionais. Independentemente da forma algo atabalhoada e pouco clara como todo o processo se desenrolou e já para não referir a total ausência de explicações por parte do inquilino de Belém, ocorrem-me várias questões. Num país em que a justiça está totalmente desacreditada perante os cidadãos é a desgraça que sabemos, não tanto por culpa dos seus profissionais mas em grande medida pelo excesso de produção legislativa labiríntica e contraditória, pergunto-me: qual o sentido destes indultos? Quais os critérios que os norteiam? Não serão estes mais um exemplo de não separação de poderes? Estou a pensar no sketch dos politicamente correctos “Gatos Fedorentos” no qual o antigo ditador Saddam Hussein pedia para ser julgado cá em Portugal visto que se assim fosse os seus crimes não seriam julgados tendo em conta a data em que foram cometidos. Fica-se um pouco com a sensação de que como se já não bastassem todos estes problemas da justiça ainda vêm os presidentes “ajudar à festa” com estes indultos. Estes têm sido vários e alguns deles muitíssimo discutíveis: o de Mário Soares a Otelo S. de Carvalho, os de Jorge Sampaio a um criminoso com vários crimes de sangue no seu cadastro e a uma enfermeira que roubava o hospital em que trabalhava e do qual tinha sido despedida com justa causa e agora este de Cavaco. Isto já para não falar das condecorações, “badalos da república” como gosto de lhes chamar, a personagens igualmente muito duvidosas. Analisando no seu conjunto estes tristes actos dos presidentes fica-se com uma noção da formação moral destes homens cuja completa subversão de valores é bem a imagem do regime que tão bem representam. Num regime que é fruto do crime e do terrorismo da Carbonária e que assenta no cadáver do Rei D. Carlos e no do Príncipe D. Luíz Filipe é natural que as suas tristes “elites” reconheçam legitimidade e enalteçam, se bem que não o declarando publicamente, actos desta natureza. É por isso que, por ex., Sampaio condecorou a terrorista Isabel do Carmo (“Isabel dos petardos”) com um desses “badalos”. Pobre Portugal!

3 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Sabe,António,cada vez mais me convenço que vivemos num País de opereta e que "isto",a continuar na mesma senda-e não há quaisquer indícios de mudança-já não tem emenda.

14:32  
Anonymous Anónimo disse...

O maior problema, a meu ver, é que, conhecendo-se bem o impensável, o vasto, o inaudível descalabro da I República e os 16 anos que durou, esta, a III, comparativamente, tem para mais 50 ou 100 anos.

20:58  
Anonymous Anónimo disse...

Caro Anónimo,
Eu não seria assim tão pessimista tendo en conta a dificílima situação das nossas contas públicas, com um Estado sempre a cerscer e, por isso, a necessitar de cada vez mais dinheiro. Sabendo nós que a carga fiscal já não pode aumentar mais sob pena de tornar ainda menos competitivas as nossas exportações e destruir a nosssa pobre economia, pergunto: onde vai o Estado buscar ainda mais dinheiro?

01:00  

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