Coragem
Li com imenso gosto o magnífico artigo do ABC cujo link o Corcunda colocou na sua “Pasquinada” a propósito da recente manifestação em Madrid, convocada pelo Episcopado espanhol, para protestar contra os delírios laicistas do “Zapaterito” (como lhe chamava o saudoso Jaime Campmany). Zapatero, como filho da Revolução Francesa, lançou-se na tarefa de promover a regressão civilizacional da Espanha, isto é, de a descristianizar ainda mais. Para tal e como bom totalitário lembrou-se de atacar a família sem o mínimo pudor e, ainda por cima, assume (ele e “sus machos”) uma postura de “virgem ofendida” perante as críticas que lhe são dirigidas. A manifestação de Madrid é um magnífico testemunho de coragem na defesa da nossa Civilização. Coragem nomeadamente por parte do Episcopado que desempenha plenamente o seu papel sem que tal signifique, contrariamente às críticas dos laicistas, que se esteja a imiscuir no “campo de César”. No compêndio de Doutrina Social da Igreja pode ler-se, na pág. 356 (Cap. XII, “Doutrina Social e Acção Eclesial”):
“Quando o magistério da Igreja se pronuncia sobre questões inerentes à vida social e política, não desatende às exigências de uma correcta interpretação da laicidade, porque «não pretende exercer um poder político nem eliminar a liberdade de opinião dos católicos em questões contingentes. Entende, invés – como é sua função própria – instruir e iluminar a consciência dos fiéis, sobretudo dos que se dedicam a uma participação na vida política, para que o seu operar esteja sempre ao serviço da promoção integral da pessoa e do bem comum. O ensinamento social da Igreja não é uma intromissão no governo de cada País. Não há dúvida, porém, que põe um dever moral de coerência aos fiéis leigos, no interior da sua consciência, que é única e unitária» (Congregação para a Doutrina da Fé)”.
Nenhuma sociedade sobrevive sem esta submissão a um “dever moral”, sob pena de acontecer aquilo a que todos nós assistimos diariamente: o difundir do relativismo que é uma forma sinistra de niilismo. Como português não posso de deixar de sentir um misto de inveja e revolta quando penso nesta manifestação, porque gostaria que o Episcopado português tivesse sido mais corajoso na defesa da vida quando se discutiu a questão do aborto e, mais recentemente, na questão dos nomes das escolas. Quantos bispos ou padres vimos nós há quase um ano na “Marcha pela vida” contra o infanticídio pré-natal? Se os nossos pastores não nos defenderem corajosamente como poderemos nós, simples leigos, fazer ouvir a nossa voz, sobretudo quando sabemos que os media de referência estão todos “afinados pelo mesmo diapasão”?
1 Comentários:
«Quem te manda a ti, Zapatero, tocar rabecão?»
Depois, é o que dá...
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