Desabafo de sexta-feira 13

Sou céptico em relação a Fátima. Sempre fui, assumo-o.

Tempos houve em que a Serra d’Aire era contudo destino predilecto. Peregrinações, estadias de vários dias e encontros litúrgicos. Serviram muitas vezes para ir unicamente ao encontro de um dos tesouros da basílica do Santuário: o órgão de tubos Rufatti, peça única e valiosíssima, magistralmente tocado pelo meu muy amigo e grande organista Ismael Hernandez. “Maravilha sem igual” poder sentir a sonoridade tubular no coro alto, junto à consola de cinco teclados.
Hoje pouco mais me move até ao “altar do mundo” que não sejam alguns amigos, como o Sr. Ismael. Os encontros nacionais de pastoral litúrgica são um antro de modernidade e as peregrinações já ninguém as faz a pé a não ser ao estilo de caminhada (são coisas bem diferentes). As próprias aparições não são verdade de Fé, pelo que conservo as reservas que lhes imponho. Limito-me a visitar os que por lá moram e mantêm a sua rotina diária, os que firmes não abandonam o posto e com os quais, ao longo do tempo, fui cimentando relações de amizade.