Ser jornalista é difícil e dá dores de cabeça (e ainda bem...)
Por um lado existe uma necessidade imperiosa de dotar a classe de melhores profissionais. Bem sabemos que o jornalista se faz na tarimba, mas a prática profissional necessita, urgentemente, de uma base científica que em Portugal escasseia assustadoramente. É também certo que as Universidades portuguesas não formam bons profissionais. O facto depende da má gestão dos cursos, sem componentes práticas conciliadas com as teóricas numa complementaridade de formação, coisa a que só o ensino politécnico tem sabido responder satisfatoriamente. Mas não poderá ser a relativa má qualidade da academia portuguesa a perpetuar nas redacções a existência de jornalistas sem preparação cientifica. Pelo contrário, a limitação poderá servir de estímulo a uma melhor leccionação da profissão.
As contrapartidas encontram-se precisamente no estado a que chegou a classe. Rádios locais, imprensa de proximidade e sítios como, por exemplo, este, são mantidos por inventores, curiosos e não raras vezes assassinos da prática jornalística. Tira-los das suas cadeiras animadoras de tardes com discos pedidos e das secretárias onde exercem escrita deficiente, causará muito mau estar. Mas é necessário.
Não se trata de proteccionismo da classe, mas de uma passo significativo para a sua valorização científica. Deixar o sistema de equiparação é também um acto de consideração a quem estuda quatro ou cinco anos para tentar entender, minimamente, as fundações da comunicação
7 Comentários:
A "Magazine Grande Informação" decidiu editar todos os meses um artigo escrito por um leitor, o companheiro como é jornalista podia arriscar a sua sorte, a revista vai comemorar o seu primeiro aniversário no próximo mês.
Lamento imenso a publicidade, mas gosto mesmo da revista...
www.magazine.com.pt
Caro Jorge Arbusto
Conheço a Magazine. Faz parte das minhas leituras regulares. Não sabia, contudo, que iriam publicar artigos de leitores, para além de algumas cartas enviadas. Vou informar-me sobre o assunto.
Só uma pequena emenda: ainda não sou jornalista. Estou no 5º ano de Comunicação Social. Mas também já não falta assim tanto...
abraço
Grato pela ligação, entretanto já retribuída.
RN
Caro Rodrigo Nunes, as boas leituras são obrigatóriamente boas referências e, neste caso, ligações.
abraço
Caro Visconde
Como referi, esse é precisamente um dos grandes problemas da academia portuguesa. Os cursos estão mal adaptados à realidade que os alunos encontrarão nas redacções, não apostando na vertente prática, como deviam, fazendo-a coincidir com a indispensável formação ciêntifica. Mesmo assim, a má realidade das universidades e politécnicos - estes últimos melhor na àrea da comunicação - não deve ser impedimento para a limitação da prática jornalistica a licenciados. Pelo contrário, talvez force o ensino superior a rever os programas e as práticas pedagógicas.
Pena é que tenha desistido desta via profissional. Embora seja verdade o que diz, não se cinge ao jornalismo. É um mal portugues, mas nem por isso nos pode fazer baixar os braços.
abraço
Meu Caro Simão:
Não posso concordar, salvo, eventualmente, em orgãos de comunicação social públicos. Os privados, como qualquer outra empresa devem ter inteira de liberdade de contratar doutorados ou pessoas com a antiga quarta classe, conforme achem que lhes convenha. Sendo que alguns dos menos diplomados serão melhores do que muitos cheios de canudos, mas não é aí que bate o ponto. Simplesmente na liberdade de escolha do empregador.
Abraço.
Caro Paulo
Discordo totalmente. Contratar um jornalista não é nem pode ser o mesmo que empregar um canalizador. O profissional dos órgãos de comunicação cumpre um papel social importante o suficiente para cairmos na tentação da liberdade contratual. Não se trata de uma actividade irrelevante a esse ponto, muito pelo contário.
abraço
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