12.4.07

Os falsos amigos dos imigrantes

A recente polémica do cartaz do partido nacionalista ao qual os duplamente fedorentos “Gatos” ripostaram com outro cartaz ainda mais estúpido veio reacender uma polémica recorrente nos países de acolhimento quanto à compreensão do fenómeno migratório e às formas de o gerir. Se é certo que, por um lado, os países ocidentais devido à quebra da taxa de natalidade e da desconexão entre os sistemas de ensino e as reais necessidades de mão-de-obra do mercado de trabalho, precisam cada vez mais de trabalhadores manuais, por outro, tal não significa que devam aceitar sem qualquer critério toda e qualquer pessoa que lhes “bata à porta”. Com que direito é que se decreta que a decisão de se instalar num país decorre unicamente de uma das partes envolvidas (o imigrante) sem que o país receptor tenha uma palavra a dizer sobre o assunto? Fazê-lo é levar um país a abdicar da sua soberania sobre o seu território, lançar os imigrantes em situações precariedade o que os torna presas fáceis de patrões sem escrúpulos, como já se verificou várias vezes, e levar à diluição da identidade nacional do país de acolhimento. Para completar o quadro, e na boa tradição totalitária da esquerda acusam-se de racistas, xenófobos e fascistas todos os que ousam questionar esta política. A ideia de que somos obrigados a aceitar todos os que se apresentarem à nossa porta parte do pressuposto de que ao fazê-lo nada mais estamos a fazer do que expiar os nossos “pecados” coloniais. Isto cheira-me um pouco a terceiro mundismo, logo a marxismo, que tem por objectivo isentar de responsabilidades os regimes cleptocratas instalados em muitos países africanos após a saída dos europeus e permitir-lhes viver á custa dos donativos ocidentais. Tudo isto com a cumplicidade de muitos governos ocidentais cujos membros, por vezes, fazem excelentes negócios de venda de armas para esses países. Ninguém duvida que a África é hoje, de um modo geral, muito mais pobre do que há 30 ou 40 anos. Basta pensarmos nas nossas ex-colónias. São vítimas, não do colonialismo, mas sim da descolonização e do pomposamente anunciado “direito dos povos à autodeterminação”, isto é, o direito dos governos a fazerem o que muito bem entendem com as suas próprias populações.
Uma frase que me desagradou particularmente no cartaz dos “Gatos” foi “O nacionalismo é parvoíce”. Desde quando amar o seu país, respeitar a memória dos seus antepassados e assegurar o seu futuro é “parvoíce”? Esta frase recorda-me um texto que acabo de ler, graças ao amigo Corcunda, retirado do site da revista norte-americana “The Intercollegiate Review” intitulado “Terrorism and the intellectuals” de Donald Kagan e onde se pode ler “Estes ataques tão em voga ao patriotismo são, afinal de contas, falhas de carácter. Eles são feitos por “meninos mimados” que usufruem de todos os benefícios oferecidos pelo país de que troçam e que detestam – as suas oportunidades, a sua liberdade e a as suas riquezas – mas a quem falta a decência para lhe prestarem o respeito e a honra devidas. A honra, de resto, é um dos objectos da sua troça”. Creio que estas palavras se aplicam perfeitamente a esses pobres coitados desses “Gatos” a quem uma estadia prolongada num PALOP, por exemplo, talvez fizesse bem.

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