21.1.08

Luís XVI

Comemora-se hoje mais um aniversário da execução de Luís XVI. Esta data marca o corolário da dinâmica totalitária, de que o Terror é uma das expressões, de imposição da república (a I República, de curta duração 1792-95). Para arrancar a França da sua ligação à transcendência, cortar com a sua tradição católica, foi necessário imolar o “Ungido de Reims”, daí este crime hediondo. Quando penso nesta data tão triste, penso sempre no enorme testemunho de Fé Luís XVI, sobretudo numa situação de profunda adversidade, sujeito a humilhações várias e privado de ver a sua família, e que no entanto nunca manifestou o mínimo rancor ou desejo de vingança. Oiçamos apenas as palavras que dele disse Tocqueville no seu “L’ancien regime et la révolution”:
Pendant tout le cours de cette longue histoire, où l'on voit sucessivement paraître tant de princes remarcables, plusieurs par l'esprit, quelques-uns par le génie, presque tous par le courage, on en rencontre pas un seul qui fasse effort pour rapprocher les classes et les unir autrement qu'en les soumettant toutes à une égale dépandance. Je me trompe: un seul l'a voulu et s'y est même appliqué de tout son coeur: et celui-là, qui pourrait sonder les jugements de Dieu! ce fut Louis XVI."

A França de hoje, em via de total descristianização, continua órfã da Instituição sob cuja égide ela se fez. Até quando?

2 Comentários:

Blogger Nuno Castelo-Branco disse...

Querido amigo António, não tenhas ilusões. Em França é para sempre, nada há a fazer. Aquela gente está intoxicada até à medula. Se a isto ligar-mos uma genética e patológica mania das grandezas, está tudo dito. Consulta o youtube (imagens, e lê o que eles escrevem acerca deles próprios. Não se pode ser mais cego. O que me dá gozo, é o descalabro que por lá se vive, no que diz respeito à outrora impassibilidade e "grandeur" do presidente. Agora, o patológico caso do húngaro-presidente, com as suas poufiasses de serviço, chamem-se elas Cêciliá ou Cárlá Brun'i (pronunciar à francesa s.v.p.), atira com o hexagone para um nível tão sofisticado de galderismo como as aventuras do senhor Menem na Argentina, Papandreu versus Dimitra Ilani na Grécia, ou... Santana /Cinha em Portugal. Bem feito!

14:31  
Blogger Nuno Castelo-Branco disse...

E ainda digo mais. Se existisse uma máuina de tempo que servisse, ía já esta noite até ao bureau du roi em Versalhes, dizer-lhe que não escrevesse o famoso "Rien" na entrada referente a 14 de Julho de 1789. Bastava um livrinho de história da 4ª classe (da antiga, é claro), para que ele concluísse ser necessário dar remédio à coisa.

21:35  

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