Dom Duarte e a Democracia (V)
Custa-me discordar com o caríssimo Corcunda, arriscando-me claramente a fazer má figura, mas continuo a considerar o referendo como contraditório e deturpador da essência monárquica.
Diz o caro amigo da necessidade de positivar o regime. Digo eu que o método plebiscitário não se coaduna com o que se está a referendar. Ou seja, mesmo que seja necessário positivar a monarquia, a forma de votação individual seria a pior escolhida, por todos os motivos já aqui desenvolvidos.
Ou não?
Diz o caro amigo da necessidade de positivar o regime. Digo eu que o método plebiscitário não se coaduna com o que se está a referendar. Ou seja, mesmo que seja necessário positivar a monarquia, a forma de votação individual seria a pior escolhida, por todos os motivos já aqui desenvolvidos.
Ou não?
4 Comentários:
Não percebo porquê...
Porque é que o voto não poderá ser o prescindir dos actuais direitos de escolha da chefia de Estado, uma passagem da dependência da vontade para a dependência da Lei?
Não acha que as armas teriam exactamente o mesmo valor que o voto?
Qual seria a alternativa?
Um abraço
O Corcunda
E a escolha da dependência da Lei faz-se com a regra da dependência da vontade?! Não me parece certo.
Quanto a soluções, já apresentei a minha ideia: positivar pela consequência directa de uma acção doutrinária consistente e realista. Ora isto exclui, do meu ponto de vista, a forma referendária, já que não se trata de campanha eleitoral, mas de um esclarecimento do reino e dos súbditos acerca da chefia de estado monárquica e da sua Justiça e noção civilizacionais. Essa consequência da doutrina, que aclara as intenções do homem quanto ao regime, degenera se abrir fogo contra os que se recusam a abdicar do conforto republicano, por gerar guerra civil, o que não serviria o propósito de esclarecimento. Serviria sim, se fosse bem feito, a união nacional numa só intenção que fosse a de fazer Portugal reencontrar-se.
abraço... e que se doutrine!
Caro amigo,
A lei e as ordens políticas são sempre estruturas contractualizadas que têm como referência um elemento mais perfeito, a Natureza, que não vigora em si mesmo. Essa foi uma tentação em que os revolucionários sempre caíram...
Doutrinar, mas com prudência. Explicar sempre que a instauração da Monarquia significa a entrada no domínio de elementos que não são involuntários e passíveis de escolha futura.
Abraço
Corcunda
Respeito muito a acção de "doutrinar". Mas infelizmente não vislumbro, por essa via, um «levantamento esclarecido» nos próximos 50 anos ... era preciso que não houvesse o ruído público e a iliteracia que há. É a minha opinião. Enfim...
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