A Fuga
(Fantasie and Fugue in g minor - BWV 542 por Pilar Cabrera)
O género é dos meus preferidos. O contraponto do tema exige a genialidade que se perdeu e, no caso das grandes composições protestantes de Bach ou do mestre Buxtehude, contam-se pelos dedos os que as executam como se do acto criador se tratasse, reinventando cada nota, cada trilo, cada mudança de registo entre o flautado e o metal, mais o pé que insistente bate no teclado inferior, num bailado de perfeição sobre o instrumento dos instrumentos. A Fuga no órgão, aquela que significa e é a expressão máxima da técnica aliada ao virtuosismo, constitui-se como o grau superior da música.
Acrescenta o facto de adoptar o nome do que escapa de um determinado ponto em direcção a outro. Foge a melodia da primeira mão, para logo a acompanhar a segunda, entrando em sintonia como se fosse magia. A combinação do que está desencontrado, numa fusão tantas vezes sonante na dissonância. A metáfora perfeita da vida de alguns, de outros nem tanto, adaptável a circunstancialismos da existência. É como se imagem fosse do que de mais nobre há na condição social humana, representação perfeita da ilusória "contradição" e do seu contributo na obtenção de um caminho único, verdadeiramente melódico. Mesmo assim, há quem encare a Fuga como o escape sem retorno do presente para o futuro, como se o final da peça não dependesse de todos os sistemas anteriores para culminar. Acaso fará sentido ler a partitura somente no último ralentando?! Certamente não.
Mas a Fuga assume contornos devastadores se o tema se divide. Se este assumir o seu plural, teremos muitas vozes em total discordância, quer entrem no mesmo compasso quer assumam o inicio mais ou menos tarde. A dissonância já não tende mais para o equilíbrio, antes se transforma na sobreposição de todas e nenhuma, sem que se percebam individual e colectivamente. Geralmente cria a sensação de desconforto auditivo que exige o isolamento de cada uma delas, muitas vezes a Fuga divergente de todas.
Ora o nacionalismo é uma obra prima dos melhores mestres. Não venha alguém querer toca-lo sem ter estudado o conservatório.
Acrescenta o facto de adoptar o nome do que escapa de um determinado ponto em direcção a outro. Foge a melodia da primeira mão, para logo a acompanhar a segunda, entrando em sintonia como se fosse magia. A combinação do que está desencontrado, numa fusão tantas vezes sonante na dissonância. A metáfora perfeita da vida de alguns, de outros nem tanto, adaptável a circunstancialismos da existência. É como se imagem fosse do que de mais nobre há na condição social humana, representação perfeita da ilusória "contradição" e do seu contributo na obtenção de um caminho único, verdadeiramente melódico. Mesmo assim, há quem encare a Fuga como o escape sem retorno do presente para o futuro, como se o final da peça não dependesse de todos os sistemas anteriores para culminar. Acaso fará sentido ler a partitura somente no último ralentando?! Certamente não.
Mas a Fuga assume contornos devastadores se o tema se divide. Se este assumir o seu plural, teremos muitas vozes em total discordância, quer entrem no mesmo compasso quer assumam o inicio mais ou menos tarde. A dissonância já não tende mais para o equilíbrio, antes se transforma na sobreposição de todas e nenhuma, sem que se percebam individual e colectivamente. Geralmente cria a sensação de desconforto auditivo que exige o isolamento de cada uma delas, muitas vezes a Fuga divergente de todas.
Ora o nacionalismo é uma obra prima dos melhores mestres. Não venha alguém querer toca-lo sem ter estudado o conservatório.
2 Comentários:
Brilhante, como smp.
Agradeço, caro anónimo.
abraço
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