11.6.07

10 de Junho

Como é sabido comemorou-se hoje mais um Dia de Portugal. Num país que tem medo de si próprio e da sua história, como ainda há pouco o patético concurso da RTP o demonstrou, podemos muito bem interrogar-nos sobre qual o sentido de tal comemoração. Ao associar-se o 10 de Junho às outras efemérides ridículas (5 de Outubro e 25 de Abril) que este regime comemora transforma-se esta data, que deveria ser para todos nós portugueses que nos orgulhamos da nossa querida Nação velha de oito séculos e meio um motivo de verdadeira festa e de orgulho, num acto puramente perfunctório durante o qual se distribuem uns míseros “badalos da república” à já habitual “rapaziada” politicamente correcta. No fundo trata-se de mais uma festa bem narcisista na qual o regime, enamorado de si próprio, faz o seu próprio panegírico e nos tenta infrutiferamente imbuir desse mesmo espírito procurando levar-nos a cantar-lhe Hossanas pela, como dizia a velha canção revolucionária, “paz, pão habitação, saúde” que jorram diariamente a rodos para nosso deleite e inveja dos nossos parceiros europeus que muito justamente se interrogam como foi possível a este país ainda há pouco liberto da “longa noite fascista” ultrapassar mais esta “Taprobana” e alcandorar-se a níveis de bem estar e desenvolvimento nunca imaginados. Vivemos sob o peso da “insustentável leveza” da ideologia. Paz à tua alma, Portugal!

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