21.5.07

Liberdade de expressão

Folheando há pouco o jornal “Público” do passado sábado, colocado à disposição dos leitores das termas do Luso, deparo-me com uma notícia preocupante e que espelha bem o crescente cercear da liberdade de expressão por parte do “polvo socrático”. Um professor liceal funcionário da Direcção Regional de Ensino do Norte foi alvo de um processo disciplinar e de suspensão por parte da sua chefe de serviço, uma “girl” socialista seguramente, em virtude de este ter ousado gracejar a propósito do atribulado processo de obtenção do diploma de “engenheiro” por parte do nosso “probo” 1º ministro. Segundo li a razão invocada para tal atitude prende-se com o facto de o referido funcionário ter atentado contra a dignidade do cargo de 1º ministro. Quando penso em todas as desonestidades que este “Chico esperto” cometeu pergunto: não será isto atentar contra a dignidade do cargo? Será que o exemplo já não deve vir de cima? Relendo um capitulo de Tocqueville em que ele fala da corrupção e dos vícios dos governantes em democracia comparativamente com os observados numa aristocracia diz-nos ele: “Aquilo que há a temer não é tanto a imoralidade na grandeza mas a imoralidade que leva à grandeza”. O 1º ministro é um perfeito exemplo deste último caso. Ao constatar que a referência a tal facto é susceptível de sanções por parte de “funcionários zelosos” sempre prontos a apresentar serviço para ficarem bem vistos perante os seus chefes, um pouco como os comissários das diferentes repúblicas soviéticas que procuravam ultrapassar a cota de execuções imposta por Staline para ficarem bem vistos perante ele, apercebo-me de que estamos cada vez mais à mercê de dezenas de autocratas que nos infernizam a vida apoiando-se numa legislação propositadamente dúbia e que lhes concede um poder discricionário. É a caminhada para um “totalitarismo disseminado” sem rosto, ou melhor, com milhares de rostos. Até quando?

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