11.6.07

Indignação

Tendo passado ontem pela Torre de Belém à hora em que decorriam as cerimónias do Dia do Combatente decidi aproximar-me da tribuna para ouvir alguns dos discursos proferidos. Quando lá cheguei estavam a terminar as orações e foi então anunciada a intervenção do Prof. Ernâni Lopes facto esse que me suscitou alguma curiosidade levando-me a ficar mais um pouco apesar de estar com alguma pressa. Começou ele a sua intervenção por referir que nunca tinha sido combatente em África mas que respeitava e admirava todos aqueles que tinha servido Portugal. Até aqui tudo bem, nada a dizer. Onde a coisa “começou a ficar preta” foi quando ele comparou a legitimidade do esforço de guerra empreendido por Portugal na defesa das suas obrigações históricas para com esses povos com os quais convivíamos há vários séculos, com a dos movimentos de “libertação” que, não nos esqueçamos, iniciaram a sua sinistra acção em 1961 em Angola esventrando mulheres grávidas e esmagando os crânios dos bebés contra a parede. O referido orador chegou mesmo ao ponto de dizer que ambos tinham encontrado recompensa para o seu esforço visto que, no primeiro caso, os ex-combatentes tinham defendido Portugal e, no segundo, na criação de Estados “independentes” que, segundo disse, “eram motivo de orgulho para os seus povos”. Confesso que perante semelhante dislate virei imediatamente as costas e fui-me embora. Como é possível um homem inteligente proferir tal afirmação? Sofre de ideologia? Será que não se apercebe que, para além do mais, está a insultar os ex-combatentes? Comparar grupos de terroristas que, como muito bem dizia Salazar, nada representavam nem tinham qualquer apoio nessas sociedades e cujo objectivo era aquele que está hoje bem patente no estado desses países, com o nosso Exército demonstra uma incapacidade estrutural de distinguir o Bem do Mal o que vindo de alguém que até vai à Missa é deveras preocupante. Isto é mais um exemplo daquilo a que o amigo Corcunda chamaria com toda a propriedade “Crenças estranhíssimas”. Somos, de facto, uma civilização em total diluição.

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Caro António:

Os sistémicos «elegem» as suas figuras de «referência», como o prof. Ernâni Lopes. São apenas «comissários culturais» e políticos de uma estrutura destruidora de povos, culturas e identidades. A mesma organização que promoveu as guerrilhas terroristas durante a Guerra Colonial, para tentar demolir o último Império Colonial Europeu, operação necessária para avançarem com a funestíssima «globalização».

Como as nossas Tropas estavam a ganhar a dita Guerra Colonial em Angola e Moçambique (feito militar inédito numa guerra de guerrilha), e portanto a contrariar os desígnios negros dos ditos globalistas, «aplicaram-nos» o 25/4 de má memória, para destruirem as nossas Províncias Ultramarinas e as saquearem à vontade. Por cá, deram o poder aos ditos «comissários».

Só me espanta o facto de pessoas que tomo como cultas e - pelo menos - medianamente inteligentes como o prof. Ernâni Lopes, se prestem a embarcar numa aberração como esta. Em nome de uma «ideologia» falida e corrompida? Só se for por «doença ideológica», como muito bem diz. Grave.

Cumprimentos.

20:10  

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