Sabedoria
Aguardando recentemente no aeroporto a saída das malas dos meus filhos tive o prazer de conversar com uma “mulher do povo”, uma peixeira da Nazaré, que viveu antes do “glorioso” e apesar de não ter tido a possibilidade de estudar, e talvez e em grande medida por essa mesma razão, tem dessa mesma época, tão denegrida pelos jornalistas “de agora”, uma grata recordação. Como é possível que uma vítima da “exploração capitalista” (algo que o “glorioso” erradicou para todo o sempre de Portugal, tendo introduzido no seu lugar algo de desconhecido na época, a “exploração estatal”) não dê “Hossanas” aos cravos? Contava-me ela que tendo feito parte do grupo folclórico nazareno, “Tá-Mar”, foi uma vez actuar a Sta Comba Dão para o então Presidente do Conselho. A visita, segundo me disse, confirmou a imagem que tinha dele: um homem simples, humilde e acessível. Imagem essa que contrastava com a que dele tinham muitos dos “doutores” (para utilizar a sua terminologia) com quem contactava ao vender o peixe, e que mais tarde já depois do 25 de Abril alguns deles, perante o descalabro de Portugal ao qual assistimos diariamente, tiveram a humildade de reconhecer o quanto estavam errados. Cada vez que tenho a possibilidade de falar com alguém com este “perfil sociológico” ocorrem-me as palavras de Cristo no Evangelho do passado dia 6 (Mateus XI, 25-30):
«Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque isso foi do teu agrado.»
Porque será que aquilo que é óbvio para esta senhora humilde não o é para os “doutores”? Qual o “segredo” desta empatia dos “pequeninos” pelo grande estadista? Creio que talvez seja essa a grande virtude de Salazar, a capacidade de ser simultaneamente enorme e mantendo-se sempre próximo dos humildes. Pergunto: quantos dos “conducatores abrilinos”, que no máximo terão direito a uma nota de rodapé num qualquer manual de história, poderão passar no “veredicto da história” vendo-se assim “libertos da lei da morte por obras valorosas”, como diria o nosso bardo quinhentista?
2 Comentários:
Nota de rodapé? Lá estás tu com as generosidades habituais...
From: noticias@portugalnoticias.com
To: ;
Subject: Paneleiros
Date: Fri, 19 Sep 2008 09:43:37 -0300
ESTÁ O “BAILE ARMADO”
CASAMENTOS HOMOSSEXUAIS CRIA ROTURA NO PS
Manuel Abrantes
Segundo publica o “Diário de Notícias” a direcção nacional do PS receia que possa haver uma rebelião no grupo parlamentar socialista quando da discussão do projecto do Bloco de Esquerda para legalizar o casamento entre homossexuais. O DN sabe que as indicações vieram do secretariado e que a direcção do grupo parlamentar impôs ontem o voto contra do PS no próximo dia 10. Mas a reunião de ontem da bancada foi um prenúncio de que a matéria não é nada pacífica. No dia 10, a rebelião poderá estender-se a cerca de 30 deputados.
Ontem, um grupo de pouco mais de uma dezena de deputados, liderados por Paulo Pedroso, pediu a palavra para dizer que a liberdade de voto nestas matérias é uma exigência. O antigo braço-direito de Ferro Rodrigues, que regressou esta semana ao Parlamento, lembrou que existe uma Declaração de Princípios do PS, aprovada no congresso de 2002. O deputado disse ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Contra a obrigatoriedade do voto contra falaram vários deputados da JS (entre os quais o ex-líder Pedro Nuno Santos) e ainda Maria de Belém, Miguel Coelho (líder do PS/Lisboa), Vasco Franco, Ventura Leite, Marcos Sá e Ricardo Gonçalves. Este último resume o espírito, em declarações ao DN: "Este é um problema de consciência de cada um, tem a ver com o que cada um pensa sobre a matéria. Eu até posso ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo e achar que não é a altura de seguir o projecto do BE. Mas não prescindo da liberdade de voto". Ao fim da tarde, também José Eduardo Vera Jardim, antigo ministro da Justiça, veio reconhecer a necessidade de haver liberdade de voto. Contra a ideia falou Alberto Martins, líder parlamentar, e o porta-voz do PS, Vitalino Canas, que se resguardaram na ideia de que não existe um mandato para discutir a matéria que não consta do programa de Governo.
E NÃO HÁ LOBBY GAY…
Tal como afirmei na peça anterior ainda acredito que, como se aproximam actos eleitorais, os socialistas optem pela não aprovação dos casamentos homossexuais.Não é por acaso que os comunas apresentaram os seus projectos nesta altura. Sabiam que deixavam os socialistas entre a espada e a parede.Porque, se o calendário eleitoral não estivesse tão próximo, seriam os socialistas a apresentarem os tais projectos. Aliás, Sócrates já afirmou que essa discussão “ainda não era oportuna”. Assim, os comunas adiantaram-se na corrida.Se não houver reviravolta política nas próximas Legislativas podem contar com a aberração dos casamentos de homens com homens e de mulheres com mulheres.
Este será um facto.
Esta reviravolta apressada para aprovação e discussão do tema não foi por acaso. Se por um lado os comunas quiseram-se adiantar aos socialistas e, simultaneamente, encosta-los à parede, por outro, estão com medo dos resultados que possam advir das próximas legislativas.
Tudo aponta para que o tempo do “quer, posso e mando” dos socialistas está a chegar ao fim. Claro que o lobby gay está atento a isto e não perdeu tempo a elaborar estratégias. E, nada melhor do que os bloquistas para as porem em prática. Os bloquistas e o apêndice pcista “os verdes”.
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E, já agora:
- Será que foi por acaso a reentrada de Paulo Pedroso na Assembleia nesta altura do campeonato ?
Isto, sem esquecer que este tema atira para segundo plano outro dos temas quentes : o dos divórcios a pedido. E isto interessa – e muito – ao PS.
São tudo coincidências ?
Será….
Manuel Abrantes
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