Heresia de betão
Tive há alguns dias a possibilidade de visitar a Igreja da Santíssima Trindade de Fátima, a tal a que o amigo Gazeta chama com grande propriedade a “ETAR”. Aliás minha visita a este local confirma plenamente o post “A Fé é uma arte” (desculpa, Gazeta, mas não sei fazer links estou a precisar de mais aulas). Foi pois com um misto de curiosidade e de receio que entrei naquele espaço. Curiosidade porque por tudo o que tenho lido e visto sobre a dita Igreja queria ter a minha própria opinião, e receio porque naturalmente esperava o pior, tanto mais que tendo acompanhado com regularidade a sua construção fui vendo surgir do chão aquilo que era suposto ser uma “Igreja subterrânea” mas que na realidade apenas o é em parte tendo em conta a sua altura. Aliás foi essa mesma altura que veio obstruir completamente a bonita perspectiva que antes se tinha da Basílica quando se passava na avenida principal (D. José Alves Correia da Silva). A visita desta “igreja” foi para mim triste e deprimente e confirma plenamente todos os meus receios. Entrar num espaço que pretende ser uma igreja e que na realidade mais não parece ser do que uma bela sala de congressos, sem sacrário, e com um palco, é algo de indescritível. Só então compreendi porque é que entrei por ali adentro sem sentir necessidade de me benzer como habitualmente ao entrar numa verdadeira igreja. Aquele templo é o reflexo de uma Igreja “desvitalizada”, repleta de antropocentrismo, fruto da sua tentativa de se adaptar ao mundo moderno, o que é naturalmente uma forma de suicídio. Mas o “climax” da visita foi a visão sinistra daquele “Cristo” com um olhar esgazeado, ou “janado” (que Deus me perdoe!), despenteado e a olhar para o vazio. Onde está a expressão de sofrimento dAquele que por puro Amor e oblação sofreu morreu por todos nós? No meio de toda esta estupefacção diverti-me a ouvir os comentários de um grupo de espanhóis que comentavam o que viam. Palavras como “aberração”, “escândalo” eram frequentes. Como entretanto meti conversa com alguns deles eles perguntaram quem tinha tido uma tão triste ideia de representar Cristo daquela forma, ao qual eu lhes respondi que tinha sido, entre outros, o Bispo de Leiria-Fátima. Que triste é constatar que a Esposa de Cristo está cá pelo burgo em tão “más mãos”. Merecia melhor sorte do que as “famosas armas” do louco do Otelo, em 1975. É caso para dizer, “Perdoai-lhes, Senhor, apesar de saberem o que fazem!” Saí dali dizendo a mim mesmo que nunca mais lá voltarei (salvo algum imponderável) mas não lamentando lá ter ido.
1 Comentários:
Meu caro amigo,
Ainda não entrei lá nem faço intenções de entrar, a menos que a curiosidade pela aberração seja tamanha que não consiga resistir em lá ir fazer reparação a Nosso Senhor, altamente ofendido em tudo aquilo. Por outro lado, talvez considere importante ver de perto aquela heresia pegada, "suicídio" total da Fé, para perceber a ofensa na pele. Aquilo merecia era um grande grafitti espetado na parede exterior denunciando, em letras garrafais, o que aquele mostro é para a religião: contradição total. ABERRAÇÃO DA FÉ. APOSTASIA! Isto, não fosse o edifício da ETAR, bem ou mal, propriedade da Igreja... Mas era o que estava a precisar!
Excelente post este. O teu desconforto é saudável, por mais que nos digam o contrário...
Quanto ao link não te rales. Da próxima levo o portátil e dou-te uma ensaboadela ahahah
um grande abraço
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