29.11.06
Kontrastes do estado do tempo...
27.11.06
Universitário, Bêbado e Rebelde!
É por isto que gosto destes republicanos! Vejo neles muita da estética que deveria ultrapassar o balofo do brasão no mindinho. Vou morar com eles, para a República dos Desalinhados, onde não há emproados a sujar a paisagem e a causa. De tão desalinhado que sou, e faço por ser (já não basta ser monárquico como não sou dos infelizmente típicos), deixem-me embriagar nesta ânsia de quebrar todas as malfadadas regras do mundo moderno.
Sou universitário, bêbado, rebelde e monárquico! Vai um brinde a Portugal.
26.11.06
Eu vou... pela vida!
Do blogue "Pela Vida", estará presente um dos nossos estimados correligionários "O Corcunda". Entretanto aguardo ainda confirmação da presença de uma oradora do "Blogue do Não".
A inscrição para orador e oradora do outro lado da barricada está ainda em aberto, de modo que desafio os apoiantes do "Sim" a voluntariarem-se para se inscreverem (via caixa de comentários).
A sessão é aberta ao público, de modo que teria muito gosto que todos os interessados apareçam e participem neste que é um dos primeiros de muitos testes de "fogo".»
in PELA VIDA
Dom Duarte e a Democracia (V)
Diz o caro amigo da necessidade de positivar o regime. Digo eu que o método plebiscitário não se coaduna com o que se está a referendar. Ou seja, mesmo que seja necessário positivar a monarquia, a forma de votação individual seria a pior escolhida, por todos os motivos já aqui desenvolvidos.
Ou não?
25.11.06
Dom Duarte e a Democracia (IV)
1 . Se se referendar a pessoa do rei, subverte-se o sentido familiar de sociedade para abraçar o individualista que se realiza, naturalmente, na rejeição do principio da hereditariedade como garante de estabilidade da soberania. Monarquias electivas são despóticas.
2. Se o plebiscito incidir na escolha do regime, irá contra a própria natureza monárquica. Ou seja, conferindo poder popular nesta matéria, está a negar-se no que é em si e por si. A Família Real não pode submeter-se à vontade volátil dos indivíduos sob pena de quer a soberania quer os súbditos deixarem de o ser. Penso que o argumento do reencontro do reino consigo mesmo - de Portugal com a Portugalidade - cai aqui por terra porque anula-se com o referendo a essência da monarquia. Aprovando-se a própria impossibilidade da sua repetição, anula-se ainda mais o primeiro na medida em que se reconhece a incompatibilidade absoluta da manutenção do regime com essa forma de poder popular. E isso leva-me a concluir que também o seu início - ou restauro - não poderá depender de tal decisão, por questão de principio e coerência. Se assim for, nasce torto e jamais se endireitará.
Perguntam, e com razão, qual a solução para a restauração. Quer parecer-me, caríssimos correlegionários, que é doutrinar. Quando o sentimento do reino for de tal forma unânime quanto à necessidade de restauração, de modo a não necessitarmos de colocar a prémio o que não é para ser disputado, ai sim teremos razões de esperança. Para guerra civil, basta-nos a república partidocrática.
(entretanto, vou tentar acompanhar a evolução da discussão, pedindo os vossos comentários esclarecedores de qualquer incoerência no meu pensamento)
23.11.06
Dom Duarte e a Democracia (III)
«Por outro lado, se um plebiscito consagrar a Monarquia como a afirmação de um regresso à Constituição, ao elemento irrenunciável e irreferendável de uma identidade política, será uma ferramenta e não uma fonte. "As nossas mãos nos libertaram"..»
Mas se é para afirmar um "regresso (...) ao elemento irrenunciável e irreferendável", não será o plebiscito a pior forma de fazê-lo, por contradição?
Esclareçam-me.
Alguma coisa vai mal (alguma?)
Dom Duarte e a Democracia (II)
Como já disse, estive ontem na apresentação do livro Dom Duarte e a Democracia. Custou-me, mas lá fui, levado pelo facto de estar em Lisboa e por alguma curiosidade. Afinal, era o pateta-alegre que ia fazer a apresentação...
Juntei-me a dois bons amigos monárquicos (quanto aos restantes que lá se encontravam, não sabia haver tantos em Portugal... onde andam eles escondidos, caramba?!) e sentei-me a meio do teatro. "A monarquia só o é se for democrática". Foi a gota de água do Manel, um ex-candidato à presidência da república e aventalado das grandes lojas, a valer-se do espaço mediático que lhe concediam e a conceder que alguns flashs fossem para Dom Duarte. Já não queria ouvir mais a patranha de que o regime não interessa face a uma certa concepção de portugalidade que, ao que parece, era comum (?). Como se a república e a monarquia não tivessem em si essa noção nacional, mais a segunda já que a primeira é a jacobina, dissolvente de pátrias.
Arrancaram-me do lugar para sentarem uma brasonada que nem me olhou na cara. Deve ter sentido algum receio de se dirigir a um rapaz de 22 anos de ténis. Mas foi um favor, proporcionaram-me respirar ar puro fora daquele raquitismo.
Mas vamos ao que interessa:
Diz o Miguel Castelo-Banco ter ficado animado com a ideia de referendo. Como pode ser possível, caro correlegionário, que se alegre com o plebiscito da soberania nacional? Não seria isso começar torto e jamais se endireitar? Ou seja, dar forma ao que estará oco?
(continua)
22.11.06
Quid rides?
ahahah... o que eu ri! ahahah... e ainda estou a rir... ahahah...
Dom Duarte e a Democracia (I)
ps: pena não o ter encontrado caro amigo, ao menos isso salvaria a tarde.
21.11.06
Já cheira mal
Pois claro que o Papa e a hierarquia da Igreja são os eurasianos do momento, mais os do costume da "direita mole" - patética - misturados com Salazar, numa salganhada de lugares comuns e frases feitas sobre os alvos do costume. Tudo muito previsível, apelando à gritaria fácil e inflamada contra o inimigo inventado. De Sócrates e da desgraça nacional nem um "miau". Afinal, quando o líder da pandilha é assumidamente marxista-leninista, não é de esperar outra coisa que não seja a invenção da realidade pela alienação das massas.
O amigo JSM propõe que os meninos - sim, tem razão quando diz que não passam de citadinos acomodados - critiquem o sistema e ponham o dedo na república. Coisa impossível, caro correlegionário. Eles são o sistema!
Da blogosfera... (e da inovação)
Da blogosfera...
Noto ainda, neste "mar blogosférico", que estou linkado aqui, fazendo votos de que a ligação dure bem mais do que 5 dias.
20.11.06
19.11.06
"Isto merece um postal" - uma descarga mental (II)
Eles andam ai, claro está que andam, em género de olho que tudo vê, aquele das verdinhas norte-americanas encimando a velha tradição piramidal do antigo Egipto e coisas que tal, a lembrar aventaladas nas lojas da área residencial do membros do Partido.
18.11.06
"Isto merece um postal" - uma descarga mental
Um telefonema e a vida muda. Fica tudo de pernas para o ar! Eu que pensava passar umas boas noites de trabalho frente ao ecrã, fui ontem "arrastado" para a capital (mais queria eu ir...) de forma a engrossar uma festa académica, feita em residência típica do Estado Novo, bar com preços apetecíveis, gente a conhecer. Foi bom, para além de não ter aparecido a autoridade policial reclamando um som mais baixo que não perturbasse o descanso dos vizinhos. Gostava de ter visto, mas os homens fizeram folga ou talvez estejam fartos de ter de alinhar sempre na cantilena do "somos estudantes, sabe como é".
Estes encontros noctívagos da "promissora" nata da nação são sempre agradáveis, mais que não seja como local de estudo sociológico. Vê-se e ouve-se de tudo, tentam-nos com outro tanto, ficamos metidos num algazarra de pseudo- embriagados mais ou menos cambaleantes. E está ali o futuro de Portugal...
Acordei à toa, meio perdido. Tinha encontro na Rádio Azul de Setúbal, pelas 15h, para uma "aula" de mesa de mistura. A cara Ana Amaral, expert na matéria, mostrou-se uma excelente professora e futura colega. E é engraçado como imaginamos sempre quem está por trás das vozes da radio e acabamos por nos desiludirmos (neste caso no bom sentido... excelente, aliás!).
Neste momento, penso já na saída desta noite e no quão estúpido fui em não ter pedido os contactos da melhor voz das rádios da margem sul!! Trabalho não me falta em cima da secretária... mas que se lixe! Estou farto da porcaria do curso, mais os professores imbecis, os colegas mente-captos e as matérias viciadas.
17.11.06
16.11.06
O dia e a noite
De um lado, Santana é um homem magoado, julgado em praça pública pelo "cor-de-rosa" do social, ridicularizado por ser quem é. Vítima do ataque ad hominem. Do outro, Cavaco Silva é um emparelhado do sistema, governante sem o ser, defensor de uma estabilidade governativa que ajudou a montar. O primeiro fala abertamente, sem receios, na sua fluente calma de conversa de café que não incompatibiliza, jamais, um porte educado, cordial e nada ofensivo (ao contrário de Carrilho, claro está). O segundo está vendido - ou vende - à ética republicana, ao combate à inevitável corrupção da república, à ilusão de presidir todos os portugueses e à estratégia do governo (a sua estratégia).
E pouco mais há a dizer que não seja: não gosto dos dois, mas prefiro um deles. As razões são óbvias.
ps: Duas afirmações do Presidente da República: "O PR não comenta livros nem notícias"; "Não somos, contudo, um país de corruptos". Que fique registado para memória futura.
15.11.06
- "Epá, estás a ver aquilo"?
- "Estou, e nem precisas dizer mais nada que já sei em que estás a pensar"!
Os mitos que a direita engendra só o são porque nisso os transformam. Óbvio que há disparates de todo o tamanho, patranhas impensáveis e teorias rocambolescas o suficiente para fazer corar. Mas o pingo de verdade em muito do que se vem dizendo ao longo dos anos é de manter no que dele é sustentável. Não poderá alguém de bom senso dizer que, por exemplo, a maçonaria não influi em nada com a vida partidária, logo politica e de soberania, de todos os países democráticos e em que existam as chamadas sociedades complexas. Bem como não admitir que os judeus americanos são maioritariamente iniciados. O problema surge precisamente quando a fábula toma conta da verdade, de maneira a ocupar mentes sequiosas de actividade, já que a acção de que se deveriam ocupar é maçadora o suficiente para lhe deitarem mão. É mais fácil ludibriar a inteligência e viver na fantasia.
É neste sentido que concordo em muito com o que o Miguel Castelo-Branco diz. Mas não em tudo.
ps: Aquele amigo que refiro pratica a mitologia por desporto. No fundo, ele sabe que nem tudo é mau.
Recordar é viver
É óbvio que o simples decalque de ideias não viabiliza a veracidade do que se defende. Não falta por ai quem leia sem reflectir as palavras e fale sem entender o que diz. Não se pode é pedir que o contrário - um discurso despojado de referencias temporais e espaciais - seja a forma única do exercício da lógica, como se não pudessem mais haver discípulos nem mestres a lembrar.
Os meio-termos são geralmente maus, mas aplicam-se aqui como o melhor meio de equilibrar as partes que têm de conviver: o passado e o presente, para ter em vista o futuro!
14.11.06
Maniento, eu?
1 - cheiro tudo o que me chega às mãos. livros, roupa, comidas, bebidas, etc. seja o que for. uma mania um pouco primitiva mas da qual não me consigo livrar. atendendo ao facto de ter uma boa memória olfactiva, não será também de estranhar muito que mantenha este habito maniento.
2 - retiro a cinza da ponta do cigarro "aparando-a" na borda do cinzeiro. como não "bato" o tabaco, evita estragos no corpo da mortalha. (esta mania está contudo ultrapassada em virtude de ter deixado de fumar. aplico-a somente às cigarrilhas das noites de fim-de-semana)
3 - também leio jornais de trás para a frente. começo com o cartoon, sigo para a secção de cultura e media e acabo no tema de primeira página. associado a esta mania está a de nunca - mas nunca mesmo - dobrar o jornal. tenho sempre a sensação de estar a estraga-lo.
4 - preocupo-me em manter o quarto e secretária desarrumados. muita organização do espaço denota sempre fraca organização mental pela correcção que uma coisa faz da outra. ao viver na desarrumação convenço-me de que sou organizado...
5 - não suporto que remexam as minhas coisas. mesmo com autorização, custa-me que alguém estrague a organizada desorganização dos meus haveres. a minha mãe diz-me sempre que, se continuar assim, vai ser impossível casar-me!!...
Passo a batata quente para:
Mendo Ramires
Flávio Gonçalves
Carla Hilário Quevedo
O Corcunda
FSantos
12.11.06
11.11.06
10.11.06
A casa da revolução
Se o sentido de diferença do radicalismo se quiser manter, estes desalinhados são sim verdadeiros radicais.
Pergunta do dia:
8.11.06
Juventude Radical
Este texto da Rita Andrade é mais uma prova de que nem todos entram no rebanho das ovelhas negras. Há quem resista, numa reacção difícil ao politicamente correcto. Mesmo que isso acarrete marginalização, ainda há quem não tenha receio de se afirmar diferente. Afinal, não serão esses os verdadeiros radicais?
Haja esperança numa nova Geração!
Paciência para a tolerância
(...)
E uma vez que cada pessoa só se realiza humanamente enquanto é responsável pelo seu decidir e agir, importa exercitar-se na tolerância para com os indivíduos que erram ou caiem (afinal, de algum modo, todos nós) na sua demanda da verdade e do bem.
(...)
Eu compreendo qual a intenção das palavras do reverendo, atendendo especialmente ao discorrer de todo o texto. Só não percebo o hábito, do meu ponto de vista errado, de se usar a "tolerância" parecendo não olhar ao seu significado. É que, de facto, tolerar quererá neste caso dizer que se aceita o erro na "demanda da verdade e do bem", porque dela faz parte como caminho a percorrer. Ora, parece-me ser precisamente o acto de tolerância para com esse erro que o torna aceitável na decadência civilizacional que atravessamos. Se a atitude tolerante concedesse contudo lugar à paciência, essa sim virtude cristã e reflexo da pedagogia do próprio amor divino ao homem pecador, tornaríamos as liberdades mutuamente responsáveis e concorrentes para o mesmo fim: a expressão da dignidade humana.
Tolerar acarreta sempre a admissão da existência do que é tolerado. No caso do erro de que o Padre Serras Pereira fala, conduz não à sua aceitação como condição transitória mas antes lhe confere aprovação em si e por si, descorando o seu carácter passageiro. Só aquela virtude da paciência, que espera confiante a conversão, é eficaz para alcançar o fim do Caminho que é a Verdade da Vida e a Vida plena da Verdade.
7.11.06
6.11.06
Aqueles alfarrabistas de que falo têm poeira a mais. Alguém tem de arrancar as teias de aranha e matar a traça que ameaçam as páginas das ideias imortais.
Há que reescrever tudo, sem contudo alterar uma única linha. Do que aquelas ideias precisam é de mão nova, que as passe novamente ao papel, sempre de olhos postos num futuro que já não é o mesmo. Doutrinar para agir, precisa-se! Eu preciso.
É duro. O nacionalismo pede mais e mais a quem o descobre e quer viver. Leitura atrás de leitura, reflexão difícil, discernimento profundo. Caminhar pelas linhas dos mestres assemelha-se a terreno montanhoso: ora a dificuldade da subida, ora a vitória de alcançar o cume. São conclusões de uma vida toda, as das páginas empoeiradas de um alfarrábio.
Vou às livrarias da modernidade e perco-me no preçário. Entro num alfarrabista e deixo-me levar pela aventura de encontrar aquele livro, daquele ano, com aquela ideia que enforma a história. São templos do saber, despojados de clientela mas transbordantes de novidades sempre antigas e sempre novas. Ali nenhum valor é demasiado elevado, à excepção do preço futuro do esquecimento. Há hoje poucos agentes da memória!
5.11.06
Saddam Hussein
A pena perpétua por exemplo, assenta, a meu ver, num pressuposto completamente errado de que o individuo visado jamais se arrependerá ao ponto de se corrigir. Parte sobretudo da ideia de que nem todos têm oportunidade de perdão. Já a condenação à morte torna-se repugnante porque paga, muitas vezes, na mesma moeda. Para além disso, trata-se de homicídio qualificado que, a ter possibilidade de ser evitado, redobra a sua carga de injustiça moral e ética, constituindo-se atentado puro e duro contra a preservação do valor da vida.
É por isso que a morte por enforcamento de Saddam Hussein é sinónimo de barbárie, exportando o que de pior tem a justiça americana: tribunais farsantes e carrascos.
A ditadura das maiorias
Imagine-se que alguém no governo se lembra de impôr limites de velocidade nas auto-estradas. Por exemplo, carros ligeiros não podem andar a mais de 120 km/h. Será uma boa ideia? Depende. Se a lei for entendida pela esmagadora maioria da população como necessária, se a maioria da população considerar o excesso de velocidade como um comportamento inadmissível então é uma boa ideia. Mas se a esmagadora maioria da população considerar velocidades de 140 km/h como naturais numa auto-estrada então a lei é capaz de não ser uma boa ideia. Em primeiro lugar porque todos tenderão a desrespeitá-la. Em segundo porque aqueles com poder para a implementar são também membros da mesma sociedade que rejeita a lei e não se sentirão bem a implementá-la. Ora, uma lei que é sistematicamente desrespeitada e que as autoridades não têm capacidade ou interesse em aplicar tenderá a gerar meia dúzia de vítimas exemplares e nada mais. A lei não servirá para produzir justiça mas para aumentar a desconfiança em relação ao sistema de justiça e em relação às autoridades.
Há com cada um...
4.11.06
Assim não dá (II)
Não é a primeira vez - talvez não seja a última - que equaciono migrar um blog para outro servidor. Já com o É A HORA! tinha pensado no caso quando o template deu problemas. Desta vez, parece que o empecilho se deve à mudança para as contas do Gmail.
Entretanto, apaguei duas entradas. Uma com um vídeo da Action Française, outra com a indicação do "À Lareira de Castela" de António Sardinha, a minha aquisição e leitura deste fim-de-semana. Os posts tinham erros devido ao mau funcionamento do blogger.
A ver se isto se resolve depressa para retomar a publicação.
Cumprimentos.
Assim não dá (I)
Relativamente à entrada anterior, a capa do "À Lareira de Castela" simplesmente desapareceu.
Do direito ao direito de ter direito ao direito
Quantas mulheres vão processar o Estado nos casos em que este não consiga despachar a situação antes das 10 semanas de gravidez? Quanto vamos nós, contribuintes votantes do Não, pagar às mulheres que reclamem a violação do seu direito? Afinal, trata-se de um direito que o Estado se compromete assegurar, não é verdade?
3.11.06
Pensa rápido (X)
- Porque acreditamos, com a virtude da Esperança, que não podemos.
Pensa rápido (VI)
- Porque o edifício da Pátria precisa de fundamentos sólidos e imortais.
Pensa rápido (IV)
- Porque o povo não é soberano. Só o Rei.
Pensa rápido (III)
- Porque o Rei é soberano. Não o povo.
Pensa rápido (I)
- Porque não pode um católico ser liberal?
- Porque a Verdade não se compadece. “Quem não é por Mim, é contra Mim”.
2.11.06
Sinistra academia
As aulas são o espelho do corpo docente. A apologia do estado social, do modelo federal europeu e a catalogação da dextra política levaram a que uma professora me perguntasse numa aula: "É monárquico? Não compreendo como é que alguém pode ser monárquico"! Ao que respondi: "E eu não entendo como a professora ainda dá aulas". Hoje tenho dúvidas se ouviu a resposta, mas a pauta de notas leva-me a crer que sim.
Igualdades rentáveis
Tudo o que centraliza, descaracteriza. As “catedrais do consumo”, aquelas que fazem as delícias da pobreza da margem sul do Tejo, são o píncaro do espírito domingueiro. Ali ninguém se sente mal, tudo se unifica na massificação da oferta e nas linhas sempre iguais da traça monumental do edifício. Mesmo sem comprar, enchem-se os olhos de prendas visuais, auditivas, quem sabe olfactivas. Um espírito totalitário disfarçado que o povão, nas palavras do meu santo avô, “vive de beiço caído”. Socialismo e Capitalismo!
1.11.06
A Fuga
(Fantasie and Fugue in g minor - BWV 542 por Pilar Cabrera)
Acrescenta o facto de adoptar o nome do que escapa de um determinado ponto em direcção a outro. Foge a melodia da primeira mão, para logo a acompanhar a segunda, entrando em sintonia como se fosse magia. A combinação do que está desencontrado, numa fusão tantas vezes sonante na dissonância. A metáfora perfeita da vida de alguns, de outros nem tanto, adaptável a circunstancialismos da existência. É como se imagem fosse do que de mais nobre há na condição social humana, representação perfeita da ilusória "contradição" e do seu contributo na obtenção de um caminho único, verdadeiramente melódico. Mesmo assim, há quem encare a Fuga como o escape sem retorno do presente para o futuro, como se o final da peça não dependesse de todos os sistemas anteriores para culminar. Acaso fará sentido ler a partitura somente no último ralentando?! Certamente não.
Mas a Fuga assume contornos devastadores se o tema se divide. Se este assumir o seu plural, teremos muitas vozes em total discordância, quer entrem no mesmo compasso quer assumam o inicio mais ou menos tarde. A dissonância já não tende mais para o equilíbrio, antes se transforma na sobreposição de todas e nenhuma, sem que se percebam individual e colectivamente. Geralmente cria a sensação de desconforto auditivo que exige o isolamento de cada uma delas, muitas vezes a Fuga divergente de todas.
Ora o nacionalismo é uma obra prima dos melhores mestres. Não venha alguém querer toca-lo sem ter estudado o conservatório.